Polícia prende 150 pessoas por incêndio no Paquistão
Manifestantes cristãos bloquearam uma importante rodovia em Lahore para exigir assistência do governo, e a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los.
O porta-voz do governo Pervaiz Rasheed prometeu que o governo os ajudará a reconstruir suas casas, mas os cristãos expressaram insatisfação com a forma como o governo estava lidando com o incidente. "Eu fui roubado de todas as economias da minha vida", afirmou Yousuf Masih, perto de sua casa queimada. Segundo ele, o anúncio do governo de que daria 200 mil rupias paquistanesas (US$ 2 mil) como compensação para cada família é uma piada.
O incidente começou na sexta-feira, depois que um muçulmano acusou um cristão de blasfêmia - crime que no Paquistão é punido com prisão perpétua ou morte. No sábado, uma multidão de muçulmanos irritados invadiram o bairro cristão, queimando cerca de 170 casas.
O homem cristão está sob custódia da polícia para uma investigação das alegações. Os suspeitos de queimar as casas estão sendo investigados por incêndio criminoso, roubo, furto e terrorismo, disse o policial Abdur Rehman.
A lei é muitas vezes mal utilizada para acertar contas pessoais. O bispo Akram Gill, da comunidade cristã de Lahore, disse que o incidente teve mais a ver com inimizade pessoal entre dois homens - um cristão e um muçulmano - do que com blasfêmia. Ele disse que os homens entraram em uma briga após beber tarde da noite, e de manhã o muçulmano fez a acusação de blasfêmia como vingança.
De acordo com a organização Human Rights Watch, há pelo menos 16 pessoas no corredor da morte por blasfêmia e outros 20 estão servindo sentenças de prisão perpétua. As informações são da Associated Press.