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Papa Francisco fala em respeito ao meio ambiente e proteção dos mais fracos

09:50 | 19/03/2013
Na missa inaugural de seu pontificado, Francisco evita a pompa, quebra o protocolo para cumprimentar fiéis e diz que o verdadeiro poder de um Papa é o "serviço humilde, concreto e rico de fé". O papa Francisco foi entronizado na manhã desta terça feira (19/3) em missa realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano. Estima-se que entre 150 mil e 200 mil pessoas compareceram à cerimônia. Durante a madrugada, uma multidão já se formava na praça em frente à basílica. O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, de 66 anos, foi escolhido na quarta-feira passada o 266º pontífice da Igreja Católica, após a surpreendente renúncia de seu predecessor, o papa Bento 16. O primeiro Papa americano escolheu o nome de Francisco. A cerimônia contou com a presença de delegações de 132 países e organizações internacionais, representantes de mais de 30 igrejas cristãs e líderes judeus, muçulmanos, budistas e de outras religiões. Entre os chefes de Estado presentes estavam a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, as presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, e o vice-presidente dos EUA, Joe Biden. Chamou atenção entre os líderes religiosos a presença do patriarca Bartolomeu 1º, de Istambul. Pela primeira vez, segundo o Vaticano, o líder maior da Igreja Ortodoxa compareceu à entronização de um Papa. O cisma entre o cristianismo ocidental e oriental se deu em 1504. Contato com os fiéis Antes de iniciar os serviços, Francisco se dirigiu à basílica para rezar ao lado do túmulo do apóstolo São Pedro. O papa saudou a multidão que o aguardava na Praça de São Pedro ao desfilar em carro aberto, abrindo mão da proteção do veículo blindado normalmente utilizado pelo seu antecessor, Bento 16. Francisco parou diversas vezes para cumprimentar os fiéis e beijar bebês, e chegou a descer do carro para abençoar um homem deficiente. Após dar um giro na praça, o pontífice se dirigiu ao altar colocado na entrada da Basílica de São Pedro. Ele recebeu o pálio, a faixa em formato de "Y" utilizada sobre a vestimenta do Papa, e o anel de pescador, os dois símbolos do pontificado, e uma comissão de cardeais prestou-lhe juramento. "Não devemos temer a bondade e o carinho" Em sua homília na missa inaugural, o Papa afirmou que a Igreja Católica deve "abrir seus braços para proteger todos os povos de Deus e, com carinhosa afeição, abraçar a toda a humanidade". Ele fez menção especial aos pobres e aos mais fracos, aos menos importantes, àqueles relacionados pela Bíblia no Juízo Final como "os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os desnudos, os doentes e os encarcerados". Francisco enfatizou que "devemos servir uns aos outros com amor" e não permitir que os "sinais de destruição e morte tomem conta desse mundo". Segundo ele, "não devemos esquecer que o ódio, a inveja e a soberba contaminam as nossas vidas". O Papa pediu aos fiéis que continuem a se preocupar afetuosamente com os mais desfavorecidos. Ele disse que o verdadeiro poder de um Papa é o "serviço humilde, concreto e rico de fé" e que "não devemos temer a bondade e a ternura". A homília foi interrompida diversas vezes pelos aplausos da multidão. Francisco também falou sobre a necessidade de "respeitar o meio ambiente em que vivemos e todas as criaturas de Deus. Isso significa proteger as pessoas, e demonstrar que nos importamos com cada um de nós, especialmente as crianças, os velhos, os necessitados, que muitas vezes são os últimos em quem pensamos". Após a missa, o pontífice recebeu, na Basílica de São Pedro, os cumprimentos de diversos chefes de Estado e das autoridades religiosas presentes à sua entronização. RC/dpa/rtr

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