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Papa fala de perdão e misericórdia em seu primeiro Ângelus

11:28 | 17/03/2013
Francisco ressalta passagem bíblica em que Jesus diz "quem não tiver pecado atire a primeira pedra". Antes de celebrar missa interna no Vaticano, Francisco quebra o protocolo e distribui apertos de mão. O papa Francisco realizou neste domingo (17/03), por volta de meio-dia (hora local) sua primeira oração do Ângelus desde que foi eleito papa, na última quarta-feira. Dirigindo-se a uma multidão de mais de 100 mil pessoas na Praça de São Pedro, o novo líder da Igreja Católica falou sobre misericórdia e sobre o perdão. "Deus jamais cansa de nos perdoar. Nós é que cansamos de pedir perdão", disse o papa, da janela de seu apartamento no Vaticano. Francisco falou de improviso e em italiano. Em seu discurso, ele ressaltou o valor da misericórdia. "Vocês já pensaram na paciência que Deus tem com cada um de nós? É a sua misericórdia. Ele nos compreende, nos recebe, não se cansa de nos perdoar se soubermos voltar a ele com o coração arrependido", disse o papa. Fugindo à tradição de usar o Ângelus para comentar assuntos internacionais, Francisco ainda brincou ao fazer referência a um livro que ele leu recentemente, escrito pelo cardeal alemão Walter Kasper e que fala sobre a importância da misericórdia para tornar o mundo "menos frio e mais justo". "Mas não pensem que estou fazendo publicidade do livro do cardeal", disse o papa, arrancando risos do público. Jorge Bergoglio lembrou ainda a origem italiana de sua família e destacou que Francisco de Assis, o santo que inspirou o nome adotado por ele durante o papado, é patrono da Itália, o que reforça sua relação com o país. Mas lembrou que todos "fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja". Ao final de seu discurso, o papa saudou os peregrinos e pediu que orassem por ele. E se despediu da multidão: "bom domingo e bom almoço." Pouco antes do Ângelus, o papa esteve na pequena paróquia de Sant'Anna, dentro do Vaticano, onde celebrou uma missa interna para cerca de cem pessoas. Ao chegar ao local, ele quebrou o protocolo e parou para cumprimentar fiéis que gritavam seu nome do lado de fora, em uma entrada lateral do Vaticano. Depois de distribuir sorrisos e apertos de mão, o papa olhou para o relógio e disse que precisava entrar. Na breve homilia, Francisco relembrou ainda o episódio bíblico em que Jesus salvou uma mulher adúltera da condenação por apedrejamento. "Jesus os disse: 'quem entre vocês que não tiver pecados, que atire a primeira pedra'. Então virou para a mulher e disse: 'vai, e não peques mais'", contou o papa. "Às vezes, somos como essas pessoas. Por um lado, queremos ouvir Jesus, mas, por outro, queremos jogar pedra nos outros, condenar os outros", afirmou. Nesta terça-feira, Francisco celebrará a missa oficial que dará início ao seu pontificado. Dezenas de autoridades participarão do evento, entre elas as presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, da Argentina, Cristina Kirchner, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel. Kirchner será recebida na segunda-feira em uma audiência privada com o papa. Os dois teriam mantido uma relação tensa durante o período em que Bergoglio foi arcebispo de Buenos Aires. MSB/rtr/dpa/lusa Revisão: Carlos Albuquerque

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