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Maduro assume presidência da Venezuela e convoca eleições em 30 dias

01:21 | 06/03/2013
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O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assume a presidência da Venezuela e convoca eleições "nos próximos 30 dias", afirmou nesta terça-feira, 5, o chanceler Elías Jaua, horas após a morte de Hugo Chávez.

"Agora que se produziu a vacância absoluta, assume o vice-presidente da República como presidente e se convoca eleições nos próximos 30 dias. Estas foram as ordens do comandante presidente Hugo Chávez", disse Jaua à TV estatal Telesur.

Chávez nos pediu para "acompanhar Nicolás Maduro, o companheiro Nicolás Maduro nesta tarefa e vamos fazer isto", destacou o chanceler.

Já o deputado governista Fernando Soto Rojas disse que o poder deve ser entregue ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

"Aqui não há vazio de poder, a Assembleia Nacional, com seu presidente Diosdado Cabello, deve assumir o comando do Estado e, posteriormente, iremos ao processo eleitoral", afirmou Soto, destacando que Maduro será o candidato governista.

A Constituição venezuelana estabelece que diante da "falta absoluta" de um presidente eleito antes da posse, se "procederão" eleições no prazo de 30 dias, com o presidente do Parlamento liderando o governo neste período.

Caso a vacância ocorra durante os primeiros quatro anos de mandato, se procede igualmente com eleições, mas a presidência interina é entregue ao vice-presidente.

Chávez, 58 anos e no poder desde 1999, foi reeleito em outubro passado para um novo mandato de seis anos, mas sua posse em janeiro foi adiada pelo Supremo Tribunal até a recuperação do presidente.

A oposição venezuelana exigiu na noite desta terça respeito à Constituição e advertiu que "cabe ao governo a responsabilidade principal de garantir a convivência em liberdade e em paz".

"Esperamos, como todos os venezuelanos, que o governo atue com estrito apego a seu dever constitucional", disse Henrique Capriles, principal líder da oposição. O governo deve respeitar seu "dever constitucional" e as forças armadas devem agir "como lhe corresponde".

"Esta não é hora de divergência, é hora de união, hora de paz. A Venezuela não pode se dar ao luxo de excluir ninguém, aqui se impõe um diálogo nacional sincero entre todos os setores da vida" do país, afirmou Capriles ao lado de dirigentes da Mesa da Unidade Democrática (MUD), que agrega a oposição.

Já Diosdado Cabello lembrou que "com sua ação e suas palavras Chávez nos convocou a estar unidos a cada dia. Estamos obrigados a não falhar com o comandante", os governistas não poderão "descansar" até "o dia que esta revolução seja uma revolução de verdade".

"Teremos mais batalhas e todas estarão sob o comando de Hugo Chávez. Se ele foi capaz de levantar as bandeiras de (Simón) Bolívar 200 anos depois, nós precisamos carregar as bandeiras de Chávez".

Antes de ser operado pela quarta vez do câncer, em dezembro passado, em sua última aparição pública, Chávez nomeou Maduro como seu herdeiro político e pediu aos venezuelanos que o levassem à presidência caso não pudesse seguir governando.
                                                                                                              AFP

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