Habitantes de Porto Said entram em confronto com polícia
Os dois dias de confrontos colocaram o Exército numa situação curiosa. Tropas que tentava interromper os combates foram atingidas por gás lacrimogêneo, um coronel foi ferido por disparos e em alguns momentos os soldados abriram fogo na direção dos policiais.
Essas cenas destacam um cenário que muitos no Egito veem como um misto de preocupação e alívio: o fato de que o Exército pode voltar à política, por causa dos crescentes protestos, problemas com a lei e a ordem e os desafios cada vez maiores enfrentados pelo presidente. "Nós queremos uma retaliação", gritavam os participantes. "Agora é guerra entre vocês e nós, Ministério do Interior".
Os participantes da procissão, que levavam os caixões dos mortos para o cemitério, agitavam bandeiras da cidade, que se tornaram um símbolo da revolta de Porto Said contra o governo.
A violência teve início quando os manifestantes, que voltavam do funeral, lançaram pedras contra a sede da polícia, que fica no complexo do governo. Os policiais responderam com gás lacrimogêneo.
Os militares ficaram de prontidão quando manifestantes e policiais começaram a se agredir mutuamente. Num determinado momento, os militares dispararam para o ar para interromper o confronto. Chamas podiam ser vistas na sede do governo provincial e no escritório da autoridade fiscal, que ficam próximos ao prédio da polícia. Os bombeiros não haviam conseguido chegar até o incêndio.
Autoridades médicas disseram que pelo menos oito pessoas ficaram feridas por tiros de chumbinho. As informações são da Associated Press.