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General de alta patente deserta o Exército da Síria

17:29 | 16/03/2013
Um general de alta patente do exército sírio desertou neste sábado com a ajuda de rebeldes e disse que a moral é baixa entre aqueles que ainda estão lutando pelo presidente Bashar Assad, com a guerra civil entrando no seu terceiro ano. O major-general Mohammed al-Din Ezz Khalouf disse à rede de televisão Al-Arabiya que muitos dos que ainda estão com o regime de Assad perderam a fé nele.

"Isso não é uma questão de crença ou de desempenhar um papel. Na verdade, é apenas para manter as aparências, para apresentar uma imagem para a comunidade internacional de que o regime reúne todas as partes da sociedade síria", disse Khalouf.

Vídeos postados na internet por ativistas neste sábado mostram Khalouf sentado com um rebelde depois de sua deserção e andando em um carro em direção ao que o vídeo diz ser a fronteira com a Jordânia. O vídeo diz ainda que ele foi chefe de gabinete do ramo do exército que lida com suprimentos e combustível.

Embora deserções generalizadas dentro do exército sírio tenham minado muito de seu poder de fogo durante os dois anos de conflitos contra o regime de Assad, deserções de alta patente têm sido raras. O governo sírio não fez comentários sobre a deserção. Ainda assim, as rachaduras continuam a se espalhar lentamente através do regime de Assad com as forças rebeldes expandindo suas áreas de controle no país e aumentando a pressão sobre a capital, Damasco.

Também neste sábado, a Observatório de Direitos Humanos disse que o governo da Síria está expandindo o uso de bombas de fragmentação, amplamente proibidas. O grupo de direitos humanos sediado em Nova York informou que as forças sírias lançaram pelo menos 156 bombas de fragmentação (também chamadas de bombas de cacho) contra 119 locais em todo o país nos últimos seis meses, atingindo uma grande quantidade de civis.

O regime negou usar bombas de fragmentação, que se abrem no ar, lançando várias bombas menores. Elas representam uma ameaça a civis mesmo após o lançamento, já que muitas delas não explodem imediatamente. A maioria dos países proibiu seu uso. O Observatório disse que baseou suas conclusões nas investigações de campo e análise de mais de 450 vídeos amadores.

Os combates na Síria já mataram cerca de 70 mil pessoas e desalojaram quatro milhões no país, de um total de 22 milhões de pessoas, segundo estimativas da ONU. O conflito continua num impasse, apesar dos recentes ganhos militares dos rebeldes.

Em nova onda de violência, os rebeldes detonaram um carro-bomba do lado de fora de um prédio de alto padrão na cidade de Deir el-Zor, dando início a confrontos com tropas do regime, informaram ativistas e a televisão estatal.

A explosão aconteceu um dia depois da data que marcou o segundo aniversário do levante contra o governo do presidente Bashar Assad. A rebelião teve início com protestos majoritariamente pacíficos, mas se tornou violenta em resposta à repressão do governo, terminando por se transformar numa guerra civil.

Também no sábado, o chefe do grupo de oposição da Síria emitiu uma mensagem de aniversário para os sírios, dizendo que a revolta "tomou um longo período de tempo." A oposição reconhece o dia 15 de março como início da insurreição.

Em um vídeo postado em sua página no Facebook, Mouaz al-Khatib, diretor da coalizão Síria de oposição, parabenizou a cidade de Yabrud, ao norte de Damasco, pela criação de um conselho civil. "Nosso povo é grande, nosso povo é civilizado e eles não precisam de gangues para governá-lo", al-Khatib disse, sentado em frente a uma bandeira síria e mostrando um raro sorriso. "Eles só precisam respirar um pouco do ar da liberdade."

Todos os vídeos pareceram autênticos e correspondem a outras reportagens feitas pela Associated Press. As informações são da Associated Press.

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