Cúpula será termômetro para reformas na China
O encontro também aprovará os integrantes do Conselho de Estado, que é o gabinete chinês, e um projeto de reestruturação administrativa que deverá reduzir o número de ministérios. A dupla Xi-Li dirigirá o país pela próxima década, em substituição a Hu Jintao e Wen Jiabao, que chegaram aos cargos de presidente e primeiro-ministro, em 2003 - o "mandato" é de cinco anos, com recondução quase certa para um segundo período.
Os 3 mil delegados do Congresso Nacional do Povo se reúnem a partir de terça-feira, em Pequim, sob crescente pressão para adoção de reformas, vistas por muitos chineses como essenciais para a própria sobrevivência do Partido Comunista.
Os últimos dez anos foram marcados pela ênfase na busca de estabilidade social e crescimento econômico, ainda que ao custo do aumento do aparato repressivo e da ampliação sem precedentes do crédito bancário.
Em uma mudança de rota em relação ao período de reformas dos anos 80 e 90, as poderosas empresas estatais ganharam musculatura e se transformaram em uma nova força política e econômica no país.
Analistas políticos acreditam que a posição majoritária no partido e no governo seja favorável à realização de reformas, ainda que haja divergências sobre sua natureza. A julgar pelas declarações dadas até agora, Xi Jinping parece mais disposto a realizar reformas econômicas e sociais do que alterações políticas que coloquem em risco o monopólio de poder do Partido Comunista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.