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Cúpula será termômetro para reformas na China

09:49 | 03/03/2013
A China completa nesta semana a transição de poder para sua nova geração de líderes com o encontro anual do Congresso Nacional do Povo, que deve dar pistas sobre as prioridades dos novos governantes e o tamanho de sua disposição para implantar uma agenda de reformas econômicas e políticas. Elevados aos cargos máximos de comando do Partido Comunista, em novembro, Xi Jinping e Li Keqiang serão agora "eleitos" presidente e vice-presidente da China, respectivamente.

O encontro também aprovará os integrantes do Conselho de Estado, que é o gabinete chinês, e um projeto de reestruturação administrativa que deverá reduzir o número de ministérios. A dupla Xi-Li dirigirá o país pela próxima década, em substituição a Hu Jintao e Wen Jiabao, que chegaram aos cargos de presidente e primeiro-ministro, em 2003 - o "mandato" é de cinco anos, com recondução quase certa para um segundo período.

Os 3 mil delegados do Congresso Nacional do Povo se reúnem a partir de terça-feira, em Pequim, sob crescente pressão para adoção de reformas, vistas por muitos chineses como essenciais para a própria sobrevivência do Partido Comunista.

Os últimos dez anos foram marcados pela ênfase na busca de estabilidade social e crescimento econômico, ainda que ao custo do aumento do aparato repressivo e da ampliação sem precedentes do crédito bancário.

Em uma mudança de rota em relação ao período de reformas dos anos 80 e 90, as poderosas empresas estatais ganharam musculatura e se transformaram em uma nova força política e econômica no país.

Analistas políticos acreditam que a posição majoritária no partido e no governo seja favorável à realização de reformas, ainda que haja divergências sobre sua natureza. A julgar pelas declarações dadas até agora, Xi Jinping parece mais disposto a realizar reformas econômicas e sociais do que alterações políticas que coloquem em risco o monopólio de poder do Partido Comunista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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