Confirmada pena de morte para fãs de futebol no Egito
O tribunal anunciou o veredicto para outros 52 réus no caso, com 45 deles sendo condenados a penas de prisão, incluindo dois altos policiais que receberam 15 anos de detenção. Vinte e oito pessoas foram absolvidas, incluindo sete oficiais da polícia.
As 21 sentenças de morte tinham sido anunciadas no dia 28 de janeiro. A maioria dos condenados é composta por fãs do clube de futebol de Port Said Al-Masry. O anúncio provocou protestos na cidade, que deixou cerca de 40 pessoas mortas, a maioria pela polícia.
Logo após o veredicto ter sido anunciado, supostos fãs do clube Al-Ahly, que se reuniram aos milhares do lado de fora da sede da equipe, no centro do Cairo, iniciaram um tumulto, incendiando um clube de polícia mais próximo e invadindo a sede da Federação de Futebol do Egito antes de incendiá-la. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas nos protestos, afirmou o Ministério da Saúde à agência de notícias estatal MENA.
Como esperado, a decisão do tribunal não conseguiu acalmar as tensões sobre o caso, que assumiu correntes políticas em um momento em que a nação inteira está atolada em uma crise política, piora da economia e oposição crescente ao governo do presidente islâmico Mohammed Morsi.
Para evitar mais violência, as autoridades reforçaram a segurança perto do Ministério do Interior, que é responsável pela força policial, e policiais foram enviados para as ruas ao redor do complexo no centro do Cairo.
Muitos residentes de Port Said, que é localizada no Mediterrâneo no extremo norte do Canal de Suez, disseram que o julgamento é injusto e politizado, e os fãs de futebol da cidade sentiram que as autoridades foram tendenciosas em favor do Al-Ahly, o clube mais poderoso do Egito.
O tumulto durante o jogo em fevereiro de 2012, o pior desse tipo já registrado no país, ocorreu após uma partida entre o time do Al-Masry e o Al-Ahly, do Cairo. Os torcedores do Al-Masry atacaram violentamente os torcedores do clube visitante após o apito final. As informações são da Associated Press.