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Acusado de estupro coletivo na Índia é encontrado morto na prisão

10:16 | 11/03/2013
Autoridades penitenciárias falam em suicídio, mas o advogado e a família do acusado dizem que ele foi assassinado. Investigação oficial deverá esclarecer o caso. O líder do grupo de seis homens acusados de estuprar uma jovem dentro de um ônibus em Nova Déli, na Índia, foi encontrado morto dentro da sua cela nesta segunda-feira (11/03). Segundo os agentes penitenciários da prisão de segurança máxima de Tihar, Ram Singh, de 33 anos, cometeu suicídio na cadeia, usando para isso uma corda improvisada. Ele dividia a cela com outros detentos. O advogado de Singh fala em assassinato, alegando que não havia razão para seu cliente tirar a própria vida, três meses após ser preso, ainda em meio ao processo e antes do julgamento. Uma investigação oficial deverá esclarecer as circunstâncias da morte, e uma autópsia já foi ordenada pelas autoridades. Os advogados e a família exigem respostas rápidas. "A polícia deve investigar esse caso o mais rapidamente possível, em interesse da justiça e também dos outros réus, que não estão seguros na prisão", afirmou o advogado. Pena de morte O jovem morto era o motorista do ônibus onde ocorreu o estupro coletivo, e era o réu principal entre os seis homens acusados do crime, cinco adultos e um adolescente de 17 anos. Os adultos poderão ser condenados à morte por enforcamento. O menor de idade será julgado em procedimento separado na corte juvenil, devendo receber uma sentença máxima de três anos de prisão. Todos os acusados negam o crime, mas de acordo com a polícia, as provas contra eles são contudentes. A maior parte da opinião pública defende a pena de morte para os réus. Os dois processos serão realizados em sessões fechadas ao público. Prisão de má reputação Grupos de direitos humanos denunciam o desrespeito sistemático dos direitos humanos na prisão de Tihar, uma das maiores da Ásia, com mais de 10 mil detentos. Em Tihar não é raro que até doze presos dividam uma cela apertada. Os acusados do estupro coletivo deveriam estar sob vigilância especial. O crime ocorreu em 16 de dezembro passado e gerou uma onda de protestos na Índia, aprofundando o debate sobre a violência diária contra as mulheres no país. A vítima, uma estudante de fisioterapia de 23 anos de idade, não sobreviveu ao ataque. Ela morreu duas semanas mais tarde em razão de graves ferimentos internos. RC/dw/rtr/afp/lusa

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