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Ministra alemã da Educação renuncia, após cassação de título de doutorado

14:54 | 09/02/2013
Primeiras acusações de plágio contra Schavan surgiram sete meses atrás, na internet. Merkel assegurara ter "plena confiança". Atual secretária da Ciência do estado da Baixa Saxônia, Johanna Wanka, assumirá o ministério. A ministra alemã da Educação, Annette Schavan, anunciou neste sábado (09/02) que está entregando o cargo. Segundo a chefe de governo Angela Merkel, Schavan propusera a renúncia na véspera, numa decisão que a deixara "de coração muito pesado". Merkel avaliou Schavan como uma das "mais reconhecidas e destacadas" políticas do país, na área da educação. Ambas as políticas pertencem à conservadora União Democrata Cristã (CDU), que compõe a coalizão do governo alemão juntamente com o Partido Liberal Democrático (FDP). A chanceler federal anunciou que a pasta da Educação será assumida pela atual secretária da Ciência do estado da Baixa Saxônia, Johanna Wanka. Igualmente democrata-cristã, a doutora em Matemática é há vários anos secretária da Ciência dos estados de Brandemburgo e da Baixa Saxônia. Segundo Merkel, Wanka possui os melhores pré-requisitos para o cargo. A cerimônia de posse deverá se realizar na próxima quinta-feira. Após a conversa com Merkel, Schavan afirmou publicamente não haver plagiado nem enganado em sua tese. Ela só estaria renunciando para evitar danos para o Ministério e o governo: "O Ministério não deve ser prejudicado". Agora ela pretende se dedicar a seu mandato parlamentar. Considerada pessoa de confiança de Merkel, ocupava o cargo de ministra da Educação desde 2005. Acusações de plágio A conservadora de 57 anos de idade renuncia nove meses após terem surgido as primeiras acusações de plágio. Em maio de 2012, um site anônimo a acusou de ter copiado textos alheios em sua tese de doutorado em Filosofia, concluída em 1980, para a Universidade de Düsseldorf. A então ministra negou as acusações e pediu abertura de uma auditoria para analisar a tese. Em outubro, um relatório da instituição, divulgado pela revista Der Spiegel, confirmava as acusações de plágio. Stefan Rohrbacher, professor responsável pelo relatório, acusou Schavan de "intenção enganosa", enquanto o orientador da tese, Gerhard Wehle, defendeu o trabalho da ex-aluna como sendo "consistente, em si". Em janeiro deste ano, seguindo a recomendação da comissão de doutorado da universidade, o conselho da Faculdade de Filosofia pediu a abertura de processo para cassação do título de doutora de Schavan. A decisão do conselho foi anunciada na noite da última terça-feira: 12 votos a favor, dois contra e uma abstenção. Segundo o decano da faculdade, Bruno Bleckmann, a ministra teria, "de forma sistemática e deliberada, desenvolvido reflexões acadêmicas que, na verdade, não partiram dela própria". Na mesma noite, Schavan anunciou que iria recorrer da decisão junto ao Tribunal Administrativo de Düsseldorf. O processo pode durar meses ou anos. Políticos da oposição exigiram sua renúncia, por não considerá-la apta a ser um exemplo, como ministra da Educação. Annette Schavan não é a primeira chefe de pasta alemã a renunciar após um escândalo acadêmico. Em maio de 2011, o então ministro da Defesa, social-cristão Karl-Theodor zu Guttenberg, renunciou quando se confirmaram as acusações de plágio em sua tese de doutorado, igualmente lançadas na internet. Em ambos os casos, antes de aceitar a renúncia, a premiê Merkel assegurara que os acusados contavam com sua plena confiança e apoio condicional. CN/dw/afp/rtr/dpa Revisão: Augusto Valente

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