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Iniciativa One Billion Rising combate a violência contra as mulheres

17:15 | 15/02/2013
A campanha One Billion Rising chamou a atenção em todo o mundo para os direitos femininos, com eventos envolvendo música e dança. Sua meta: fazer tremer a Terra no V-Day, o dia do combate à violência contra as mulheres. Em Bonn, no Oeste da Alemanha, algumas centenas de mulheres e alguns homens se reuniram nesta quinta-feira (14/02), Dia dos Namorados no país, para incentivar as mulheres de todo o mundo a se livrarem das amarras que as oprimem. Os manifestantes dançaram no espaço público ao som da canção Break the chain. A principal meta da campanha intitulada One Billion Rising é apoiar as mulheres em situações de dificuldade. Não mais ignorar "Trata-se de ajudar as mulheres que não conseguem se opor à violência sozinhas, e de dar um sinal nesse sentido", explica Rosemarie Moizisch, da localidade de Sinzig. Ela acredita que "no final das contas, não há felicidade enquanto tantos forem infelizes não a felicidade verdadeira". Decerto há também violência contra homens, ou situações em que mulheres exercem poder, utilizam as crianças como instrumento de pressão, e coisas semelhantes. "Mas hoje o assunto são as mulheres, ponto final", diz Moizisch. Vera Pietschmann, também de Sinzig, diz esperar que a ação fortaleça a solidariedade entre as mulheres, "de forma a prestarem mais atenção umas às outras, no dia-a-dia, e a não ignorar, mas se empenhar por aquelas que não têm como se defender". Um terço já foi vítima de violência O nome da campanha "Um bilhão se erguendo" remete ao número de mulheres que, segundo estimativas da Anistia Internacional, são vítimas de violência no mundo. Ou seja, um terço de todas as mulheres. A violência se dá de diversas formas: assédio sexual, estupro, mutilação, espancamento, mas também por pressão psíquica. A iniciativa One Billion Rising se vê como uma revolução, uma "greve global" e um "ato de solidariedade mundial". Sua mentora é a escritora norte-americana Eve Ensler, autora da peça teatral Monólogos da vagina. Foi ela quem lançou o "V-Day" 15 anos atrás, como movimento de combate à violência contra as mulheres. Em artigo para o diário britânico The Guardian, Ensler registra que houve conquistas desde o primeiro V-Day. No entanto, ainda não foi possível dar fim à violência contra as mulheres; portanto são necessários maiores esforços. A convocação para o evento One Billion Rising começou há cerca de um ano. Desde então foram cometidas violências atrozes contra mulheres: estupros filmados com celulares, ou o atentado contra Malala Yousafzai, que lutava por uma melhor escolaridade para as meninas afegãs. A morte de uma jovem estudante na Índia, depois de ter sido estuprada por diversos homens, desencadeou um debate internacional sobre a violência sexual. Eve Ensler acredita que a indignação em torno desses casos possa colocar algo em movimento, da mesma forma que a dança no "V-Day". Esta deve expressar indignação e alegria, além de servir como apelo por mais liberdade, segurança e valorização das mulheres. Violência não é exclusividade do Terceiro Mundo Uma pesquisa realizada pelo Ministério alemão da Família mostrou há alguns anos que a violência contra a mulher não é apenas problema dos países em desenvolvimento. Segundo o estudo, espancamentos, violência sexual e pressão psíquica acontecem principalmente no âmbito de relacionamentos: 58% das mais de 10 mil entrevistadas já sofrera assédio sexual, quase um terço já fora vítima de violência física, mais de 12% já sofrera violência sexual. A meta de One Billion Rising era fazer tremer a Terra. Segundo os organizadores da campanha, milhares foram às ruas na República Democrática do Congo, e nas Filipinas dançou-se 24 horas sem parar. Na Índia, estudantes organizaram uma vigília à luz de velas. Em sua grande maioria, os participantes eram do sexo feminino embora a campanha também se direcionasse aos homens. Pelo menos em Bonn, eles eram antes espectadores do que participantes. Autoria: Jennifer Fraczek (sv) Revisão: Augusto Valente

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