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General John Allen não aceita comando na Otan

Até o momento, não foi mencionado nenhum nome para assumir o posto dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte

17:12 | 19/02/2013

WASHINGTON, 19 Fev 2013 (AFP) - O general americano John Allen se aposentará e não aceitará se converter no próximo comandante das forças da Otan para cuidar da saúde de sua esposa, a poucas semanas de ter sido exonerado de culpas pelo escândalo Petraeus.
O general, de 60 anos, renuncia a um dos postos mais prestigiados das Forças Armadas dos Estados Unidos e deixa um quebra-cabeças para a Casa Branca e o Pentágono, que precisarão encontrar um substituto.

Até o momento, não foi mencionado nenhum nome para assumir o posto dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), atualmente ocupado por James Stavridis e que tradicionalmente é concedido a um oficial americano.

"Hoje me encontrei com o general John Allen e aceitei seu pedido para aposentar-se e poder atender a problemas de saúde em sua família", informou o presidente Barack Obama através de uma declaração por escrito.

Allen colocou fim, há dez dias, a uma permanência de 19 meses em Cabul, no Afeganistão, onde dirigiu a coalizão internacional (Isaf).

Durante semanas especulou-se sobre a possibilidade de que Allen não aceitasse a oferta de Obama para assumir o cargo de comandante supremo das forças da Otan, mesmo depois de ter sido exonerado de responsabilidade no escândalo que provocou a renúncia do diretor da CIA, David Petraeus.

Allen foi alvo de uma investigação do Pentágono por supostos e-mails de tom "impróprio" enviados à socialite da Flórida Jill Kelly, protagonista do escândalo sexual que provocou a queda do chefe da CIA.

No entanto, o Departamento de Defesa o exonerou de culpa no caso e Obama decidiu seguir adiante com sua nomeação para a Otan, que havia sido suspensa durante a investigação.

Em uma entrevista concedida ao jornal Washington Post, o general explicou que quer se ocupar da saúde de sua esposa, Kathy, que sofre com uma doença autoimune.

"Neste momento, quero que ela esteja bem. É a hora de me ocupar da minha família", justificou, assegurando que sua renúncia não tem nenhuma relação com a investigação da qual foi alvo.

Obama elogiou o general da Marinha por ter liderado um "crescimento significativo" das forças de segurança afegãs e uma maior degradação da Al-Qaeda.

"Sobretudo, ele se interessa profundamente pelos homens e mulheres militares que servem a nossa nação - assim como por suas famílias - e estou agradecido pelos sacrifícios feitos por sua família ao apoiá-lo durante seu serviço", disse o presidente.

"John Allen é um dos melhores chefes militares dos Estados Unidos, um verdadeiro patriota e um homem a quem eu aprendi a respeitar enormemente. Desejo o melhor a ele e a sua família, agora que começam um novo capítulo de sua vida", disse Obama, prometendo "continuar o trabalho extraordinário realizado pelo general Allen no Afeganistão".

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