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Cineasta palestino indicado ao Oscar é detido nos EUA, denuncia Moore

"Apesar de ter apresentado o convite para a cerimônia do Oscar, isso não foi suficiente para as autoridades, que o ameaçaram de enviar de volta à Palestina"

17:41 | 20/02/2013

LOS ANGELES, 20 Fev 2013 (AFP) - O diretor de cinema palestino Emad Burnat foi detido no aeroporto de Los Angeles, onde desembarcou para assistir no domingo a entrega do Oscar, para o qual seu último filme foi indicado, informou o cineasta Michael Moore.

Burnat, cujo filme "Five Broken Camaras" é indicado ao prêmio de Melhor Filme Documentário na 85ª edição dos Prêmios da Academia, ficou detido durante uma hora e meia em uma área de espera do aeroporto LAX de Los Angeles, junto com sua esposa e seu filho de oito anos, segundo Moore.

"Apesar de ter apresentado o convite para a cerimônia do Oscar, isso não foi suficiente para as autoridades, que o ameaçaram de enviar de volta à Palestina", disse Moore em seu Twitter ao relatar o incidente que ocorreu terça-feira à noite. 

"Os agentes de Imigração e Alfândega não puderam entender como um palestino poderia ter sido indicado ao Oscar. Emad me enviou uma mensagem pedindo ajuda", acrescentou.

Moore, que conquistou o Oscar de Melhor Filme Documentário em 2003 por "Tiros em Columbine", sobre o controle das armas de fogo, afirmou que entrou em contato com funcionários da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que consultaram seus advogados.

"Depois de uma hora e meia, decidiram deixá-lo em liberdade", afirmou Moore.

Um porta-voz do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, Jaime Ruiz, disse que a agência irá emitir uma declaração sobre o incidente, mas não fez nenhum comentário adicional, quando contactado pela AFP.

Burnat, que co-dirigiu "Five Broken Camaras" com o cineasta israelense Guy Davidi, não pôde ser encontrado.

Moore, um conhecido ativista, acrescentou que o cineasta palestino "tinha certeza de que ele seria deportado", concluiu o cineasta.

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