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Presidente do Governo espanhol envolvido em escândalo de corrupção

Mariano Rajoy teria recebido pagamentos trimestrais que somam 25.200 euros por ano, segundo o jornal
11:00 | Jan. 31, 2013
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O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, se viu envolvido nesta quinta-feira, 31, pela primeira vez em um escândalo de corrupção de seu partido, segundo informações publicadas pelo jornal El País, que estreita o cerco sobre os altos dirigentes do país.

As revelações sobre uma suposta contabilidade oculta que beneficiou os altos dirigentes da formação foram desmentidas imediatamente pelo Partido Popular (PP), de direita, que Mariano Rajoy preside desde 2004.

Mas com o país submetido a uma austeridade histórica e afetado por um desemprego galopante, que supera os 26% da população ativa, esta informação intensifica as suspeitas sobre políticos que já enfrentam uma grave falta de credibilidade.

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O mal-estar é ainda mais profundo com a multiplicação de supostos casos de corrupção, que salpicam as mais altas instituições do país.
A própria monarquia se viu atingida pelo envolvimento do genro do rei Juan Carlos, Iñaki Urdangarin, e do secretário pessoal das infantas Cristina e Elena, as filhas do monarca, Carlos García Revenga.

O escândalo explodiu em 18 de janeiro e recobrou força nesta quinta-feira com a publicação no jornal de centro-esquerda El País das fotos de inúmeras contas supostamente estabelecidas pelos tesoureiros do PP entre 1990 e 2008.

Pela primeira vez são citados supostos beneficiários de pagamentos feitos, entre eles alguns dos principais dirigentes do partido: Mariano Rajoy, a atual número dois do PP, María Dolores de Cospedal, e o ex-presidente do Bankia, Rodrigo Rato.

Mariano Rajoy teria recebido pagamentos trimestrais que somam 25.200 euros por ano, segundo o jornal. Esse dinheiro sairia de "doações de empresários, a maioria do setor da construção, e três deles envolvidos no caso Gürtel", uma vasta rede de corrupção que afeta o PP desde 2009.
"Não existe uma 'contabilidade oculta' do Partido Popular", enfatizou o PP em um comunicado.

O partido conservador, que chegou ao poder no final de 2011, não deixou de desmentir nas últimas semanas que seus dirigentes receberam salários não declarados por parte de empresas privadas, tal como publicado em 18 de janeiro pelo El Mundo.

O jornal de centro-direita, citando fontes das sucessivas cúpulas do partido, afirmou que Luis Bárcenas, da cúpula do PP, teria distribuído durante duas décadas envelopes com 5.000 e 15.000 euros aos dirigentes da formação como complemento ao salário oficial.

Mas, segundo El Mundo, Mariano Rajoy jamais se beneficiou desses supostos complementos e ordenou o fim desta prática em 2009.
Depois da publicação dessa notícia, o chefe de Governo ordenou uma auditoria interna e outra externa das contas do partido.

"Ante as informações publicadas pelo jornal El País, o Partido Popular insiste que as retribuições aos cargos e funcionários do partido foram realizadas sempre conforme a legalidade e cumprindo com as obrigações tributárias correspondentes", assegura o comunicado do PP.

Uma explicação insuficiente para a oposição socialista, que pediu a Mariano Rajoy que se pronuncie publicamente.

"Rajoy não pode ficar calado", afirmou o Partido Socialista em seu Twitter.

AFP

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