Exército dos EUA vai permitir mulheres em frentes de combate
Medida do Ministério de Defesa derrubará veto estipulado em 1994. Nova regulamentação deve abrir milhares de vagas para mulheres e recebeu aprovação nos EUA. Atividades extremamente perigosas podem permanecer tabu.
O Exército dos Estados Unidos vai permitir que mulheres ocupem posições nas tropas de combate. Segundo a emissora norte-americana CNN, o ministro da Defesa, Leon Panetta, deve oficializar a decisão nesta quinta-feira (24/01). A nova regulamentação abrirá milhares de novas vagas às mulheres nas Forças Armadas, revogando normas de 1994.
De acordo com um representante do alto escalão, as unidades militares poderão apresentar uma justificativa até 2016 para casos em que deve permanecer vetada a presença de mulheres nas unidades de combate. Atividades extremamente perigosas poderiam, assim, seguir como tabu para as soldados femininos.
Sociedade apoia medida
O senador norte-americano Carl Levin saudou a decisão, dizendo que ela reflete a realidade das guerras no século 21. A organização de direitos civis Aclu também aprovou a medida. Em novembro, a instituição encaminhou uma queixa ao Ministério da Defesa, representando quatro soldados femininos. A Aclu alega que o veto impedia que milhares de veteranas de guerra tivessem chances de uma carreira no Exército.
Cindy McNally, do Service Women's Action Network (Swan), uma organização americana de direitos humanos fundada por veteranas de guerra, apelou pela completa integração das mulheres no Exército. "Eliminem a política de exclusão de combate. Assim, teremos Forças Armadas completamente integradas. A capacidade em realizar o trabalho deveria ser o padrão, independentemente de ser homem ou mulher", diz McNally, sargento aposentada da Força Aérea.
Segundo dados do Pentágono, 204 mil mulheres, sendo 37 mil oficiais, fazem parte das Forças Armadas do país. As mulheres representam 15% do contingente militar. Nas Forças Aéreas, 99% das vagas para mulheres ainda estão em aberto. Na Marinha e no Exército, são 70%.
Até agora, mulheres não eram autorizadas a participar da infantaria ou das tropas de tanques, apenas de unidades de apoio. Mesmo assim, pelo menos 130 mulheres perderam suas vidas nas guerras do Iraque e do Afeganistão somadas.
PV/dpa/afp/rtr
Revisão: Luisa Frey
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