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Cameron não quer referendo sobre saída da UE agora

08:07 | Jan. 23, 2013
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O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou, nesta quarta-feira, em um discurso muito aguardado que favorece a realização de um referendo sobre a participação do país na União Europeia, embora tenha destacado que isso não deve ser feito agora. Cameron prometeu que, se for reeleito em 2015, seu governo vai renegociar a relação do país com o bloco e realizará um referendo sobre o novo acordo na primeira metade do mandato de cinco anos.

Segundo Cameron, o Reino Unido quer ter um papel comprometido e ativo em uma UE reformada, mas muitos desafios ainda precisam ser enfrentados, incluindo a crise da zona do euro, a falta de competitividade e o apoio público à UE. Além disso, é preciso dar ao povo britânico uma voz sobre a permanência do país no bloco. O premiê estabeleceu cinco princípios para uma nova UE: competitividade, flexibilidade, volta dos poderes para os países membros, responsabilidade democrática e justiça.

"Queremos um acordo melhor não apenas para o Reino Unido, mas para a UE", disse Cameron no discurso. "Se não solucionarmos esses desafios, o perigo é que a Europa fracasse e o povo britânico seja levado em direção à saída" da UE, disse Cameron. "Não quero que isso aconteça. Quero que a UE seja um sucesso e quero uma relação entre o Reino Unido e a UE que nos mantenha nela", acrescentou. O premiê destacou que os britânicos sentem que a UE está seguindo em uma direção que eles nunca aprovaram e se ressentem da interferência do que consideram regras e regulamentações desnecessárias.

"Eu acredito na confrontação dessa questão - ajustando isso, liderando o debate não apenas com a esperança de que uma situação difícil irá embora", declarou Cameron, comentando que não confrontar os problemas aumentará a probabilidade de uma saída do país do bloco. O premiê declarou que este é o momento de resolver a questão europeia nas políticas britânicas e que a UE seria muito diminuída por uma eventual saída do Reino Unido.

Cameron observou que não seria bom para o Reino Unido ou a Europa fazer um referendo imediatamente porque a UE que emergir da crise da zona do euro será um organismo diferente de agora, talvez irreconhecível por causa das medidas para salvar a moeda única. "Nós precisamos dar um tempo para que isso aconteça e devemos ajudar a desenhar o futuro da UE, para que quando a escolha estiver à nossa frente ela seja real", afirmou Cameron. O primeiro-ministro disse que seu país não será membro da zona do euro.

As informações são da Dow Jones.

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