Seculares e islamitas entram em novo confronto no Cairo
A oposição está pedindo que Morsi retire os decretos feitos há cerca de duas semanas, que concedem a ele poderes quase irrestritos. Além disso, os manifestantes também lutam contra o projeto constitucional que os aliados islamitas do presidente se apressaram a aprovar há alguns dias.
A violência é parte da crise política que divide o país: de um lado, Morsi, a Irmandade Muçulmana e os ultraconservadores islamitas contra a oposição, composta de jovens, partidos liberais, socialistas e seculares.
O confronto começou quando milhares de partidários islamitas de Morsi chegaram aos arredores do palácio, onde 300 de seus rivais já organizavam um protesto. Ontem, dezenas de milhares de pessoas haviam cercado o edifício para se manifestar contra os decretos e o projeto constitucional.
Os islamitas, membros da Irmandade Muçulmana, afastaram os manifestantes e destruíram as tendas daqueles que acamparam durante a noite. Os opositores correram para as ruas da região e gritaram slogans anti-Morsi.
Mais cedo, a Irmandade Muçulmana do Egito, que apoia Morsi, havia convocado para hoje uma manifestação de apoio ao governo em frente ao palácio presidencial em contraponto aos protestos contra o governante. O chamado foi publicado na página oficial da organização no Facebook e seu objetivo era "enfatizar a legitimidade do presidente como líder".
Ainda nesta quarta-feira, em Bruxelas, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Rodham Clinton, disse que as manifestações no Egito mostram a necessidade urgente de um diálogo entre o presidente Mohammed Morsi e as forças de oposição.
Falando da reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Hillary disse que os Estados Unidos querem que a nova Constituição egípcia preserve os direitos de todos os cidadãos, homens e mulheres, cristãos e muçulmanos.
Manifestantes seculares lutam contra o projeto de Constituição produzido por um painel constitucional. Muitos dizem que o documento não defende os direitos das mulheres e das minorias religiosas, entre outros.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.