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Rebeldes miram capital da República Centro-Africana

19:41 | 29/12/2012
Rebeldes de República Centro-Africana expulsaram soldados do Exército que tentavam recapturar a cidade central de Bambari, afirmaram oficiais de ambos os lados neste sábado. "Eu ainda estou em Bambari. Nós mantivemos a cidade. Fomos atacados pelo Exército na sexta-feira (28), mas nós os expulsamos", disse Djouma Narkoya, líder do movimento rebelde Seleka, à AFP, por telefone.

Narkoya afirmou que os militares sofreram "baixas", enquanto o lado rebelde teve apenas "uma morte e três feridos" durante o confronto. Bambari foi capturada no último domingo (23) pelos rebeldes, que tomaram controle de um série de grandes cidades regionais em direção à capital Bangui.

Um militar do Exército centro-africano confirmou o fracasso para recuperar a cidade. "Houve um conflito ontem em Bambari. Depois disso, o Exército recuou em direção Sibut", disse a fonte. Desde então, o Exército recuou ainda mais para Damara, a aproximadamente 75 quilômetros de Bangui, depois que os rebeldes entraram Sibut, segundo fontes militares.

Na sexta-feira (28), os temores sobre a segurança na capital da República Centro-Africana, Bangui, aumentaram depois de o embaixador dos Estados Unidos e sua equipe diplomática deixarem o país. Eles saíram da capital a bordo de um avião, durante a noite, em meio a temores de que os rebeldes pudessem tomar a capital.

Autoridades norte-americanas disseram que cerca de 40 pessoas foram retiradas por um avião da Força Aérea norte-americana que se dirigia para o Quênia. As fontes falaram em condição de anonimato.

A retirada dos diplomatas ocorreu depois de o presidente centro-africano François Bozize ter pedido, na quinta-feira, que a França e outras potências mundiais ajudassem seu governo a afastar os rebeldes, que estão conquistando território e se aproximando rapidamente da capital.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a violência recente no país e expressou preocupações com os acontecimentos. "Os membros do Conselho de Segurança reiteram sua exigência de que os grupos armados cessem imediatamente as hostilidades, retirem-se das cidades capturadas e interrompam novos avanços na direção de Bangui", diz o comunicado.

O atual presidente chegou ao poder quase uma década atrás após uma rebelião no país. O país, que tem cerca de 4,4 milhões de habitantes registra décadas de revoltas militares, golpes e rebeliões desde que conquistou a independência da França, em 1960, e ainda hoje é um dos países mais pobres do mundo,, embora seja rico em recursos naturais.

Missão de reconciliação

Uma missão de reconciliação da Força Multinacional da África Central (Formac) teve início na sexta-feira (28) na capital do país. Segundo uma fonte da força, "a meta é chegar a negociações (entre o governo e os rebeldes) até 10 de janeiro". "A missão chegou na noite de ontem (quinta-feira) a Bangui e iniciou conversações com as autoridades, além de enviar uma delegação a Ndele para reunir-se com os rebeldes."

Ndele é uma cidade localizada na principal estrada que leva ao norte do país e está ocupada pela aliança rebelde Seleka. A Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC) quer conseguir um cessar-fogo em terra antes da realização de negociações entre os dois lados, que devem acontecer na capital do Gabão, Libreville.

A Seleka é uma coalizão de três grupos rebeldes que pegou em armas em 10 de dezembro. Eles afirmam que querem que os acordos de paz assinados com o governo em 2007 e em 2011 - que tratam do desarmamento, desmobilização e reinserção social dos antigos combatentes - sejam respeitados.

A coalizão Seleka, que significa "aliança" na língua sango, chegou a aprovar o congelamento das operações militares, mas em seguida capturou mais cidades no centro e norte do país. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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