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Monti alerta italianos a não acreditarem em "mágicas"

16:37 | 11/12/2012
O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta terça-feira que não há motivo de pânico nos mercados financeiros, já que a crise política que levou o primeiro-ministro Mario Monti a anunciar sua renúncia irá antecipar as eleições parlamentares do país em apenas pouco mais de um mês. Já Monti alertou os italianos nesta terça-feira a não confiarem em "soluções mágicas" para as eleições que deverão ser antecipadas para fevereiro de 2013. Monti disse que renunciará logo após a aprovação do orçamento de 2013, mas a cresce a pressão, principalmente entre os banqueiros e industriais, para que ele se candidate.

Monti implementou as duras medidas de ajuste fiscal, parte das quais foram aprovadas no final do governo Berlusconi em 2011. Os cortes significam uma redução de gastos de � 54 bilhões. A economia italiana está em recessão desde 2011 e deverá fechar 2012 com retração.

Berlusconi renunciou em novembro do ano passado para dar lugar ao governo tecnocrata de Monti. O atual premiê, no entanto, anunciou no fim de semana que vai renunciar devido à falta de apoio do partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), de centro-direita. Berlusconi, magnata da mídia de 76 anos, foi condenado recentemente por evasão fiscal, mas como recorre da sentença, ainda não teve os direitos políticos cassados e poderá participar das eleições em fevereiro.

A centro-esquerda italiana já escolheu seu candidato nas primárias, Pier Luigi Bersani, chefe do Partido Democrático (PD). Embora o PD lidere as pesquisas de intenção de voto, não conseguiria conquistar uma maioria para formar governo. Uma das expectativas é que o PD se alie à União Democrata Cristã (UDC), de centro.

A turbulência política na Itália impulsionou os yields (retorno ao investidor) dos bônus italianos e derrubou as ações negociadas em Milão nos negócios na segunda-feira.

Berlusconi, que há pouco mais de um mês afirmou que não se candidataria novamente, mudou de ideia e já está em plena campanha eleitoral. Nesta terça-feira, ele acusou Monti de ser "germanófilo". Além disso, acusou a Alemanha pela alta nos yields dos bônus italianos. "Não deveríamos ligar para a diferença entre o que pagamos de juros sobre bônus do governo e o que os alemães pagam. O que realmente importa é que a taxa de juros que pagamos sobre nossa dívida soberana está agora dois pontos porcentuais mais alta que no ano passado", disse Berlusconi em entrevista por telefone à emissora de TV Canale 5, da Mediaset, empresa controlada por ele.

Berlusconi voltou a culpar a Alemanha pela alta dos yields dos bônus italianos. "(No ano passado), a Alemanha ordenou que seus bancos vendessem bônus italianos e isso provocou vendas de 7 bilhões a 9 bilhões de euros", afirmou.

Já a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, voltou a defender Monti nesta terça-feira e lembrou que o economista ajudou a recuperar, pelo menos em parte, a credibilidade da Itália. "Nós vimos que os investidores financeiros reconquistaram alguma confiança na Itália", disse Merkel em Berlim. "Assim, acreditamos que a população italiana fará sua escolha de uma maneira que a Itália continue no bom caminho", acredita Merkel.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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