Ministro sírio foge de hospital por medo de ser preso
O ministro Al-Shaar foi ferido em um ataque suicida contra a sede do Ministério de Interior, em Damasco, no último dia 12. Hoje, antes de seu tratamento ser concluído, ele embarcou em um avião particular com destino à capital síria, disse funcionários do aeroporto internacional de Beirute.
Segundo uma fonte libanesa, autoridades sírias providenciaram a saída de Al-Shaar do Líbano depois de terem recebido informações de que seria emitido um mandado internacional de prisão contra ele. Nos últimos dias, autoridades e cidadãos libaneses vinham defendendo que o atual ministro fosse levado a julgamento pelos acontecimentos de 1986 em Trípoli, no norte do Líbano.
Al-Shallal, por sua vez, aparece num vídeo levado ao ar pela Al-Arabiya, no qual afirma que se juntou à "revolução do povo". As imagens foram divulgadas na noite de terça-feira. O general explica sua decisão ao dizer que o Exército se desviou de sua missão de proteger a nação e se tornou uma "gangue que realiza assassinatos e promove a destruição".
Dezenas de generais já desertaram desde o início da crise na Síria, em março de 2011, mas Al-Shallal é um dos mais experientes e detinha um alto posto quando decidiu deixar o governo. Em julho, Manaf Tlass, também um general sírio, foi o primeiro integrante do círculo interno de Assad a deixar de apoiar o presidente e unir-se à oposição.
Em episódios de violência divulgados nesta quarta-feira, um ataque atribuído a forças do governo em Raqqa, no nordeste sírio, provocou a morte de pelo menos 20 pessoas, inclusive oito crianças e três mulheres, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Também nesta quarta-feira, o Observatório informou que o número de mortos na guerra civil síria já passa de 45 mil. A entidade baseia as informações que divulga em relatos de médicos e ativistas contrários ao governo. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.