Ministro: povo entenderá se Chávez não puder governar
Villegas falou ao lado do vice-presidente Nicolás Maduro, que pouco antes fez um longo pronunciamento em rede de rádio e televisão. Maduro disse que Chávez foi submetido a uma cirurgia muito "complexa" contra o câncer, e enfrentará um período pós-operatório "difícil" após a operação, que ocorreu na terça-feira em Havana. Foi a quarta cirurgia contra o câncer à qual Chávez, de 58 anos, foi submetido em Cuba desde o primeiro semestre de 2011, quando admitiu que sofria da doença.
Maduro deu poucos detalhes sobre as condições de saúde de Chávez após a cirurgia. Ele descreveu o procedimento como uma "cirurgia corretiva de uma lesão" localizada na pélvis, onde Chávez teve dois outros tumores malignos. Maduro descreveu a operação como uma cirurgia "complexa, difícil e delicada". Segundo ele, o procedimento foi bem-sucedido.
Se Chávez morrer ou não tiver condições de saúde para tomar posse em 10 de janeiro, a Constituição determina que nova eleição presidencial seja realizada em 30 dias. A cirurgia de ontem e o tom sombrio adotado por Maduro, durante a declaração desta quarta-feira, lançam ainda mais incertezas sobre o cenário político da Venezuela. No domingo, dia 16 de dezembro, o país terá eleições para governador em 23 dos 24 Estados, além das regiões metropolitanas de Caracas e Maracaibo.
O vice-presidente disse que o ministro de Petróleo, Rafael Ramírez, e o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, regressaram de Cuba durante a madrugada de hoje, mas outros representantes do governo venezuelano permaneceram em Havana para acompanhar Chávez, assim como filhos e netos do presidente. Cabello estava ao lado de Maduro e Villegas durante o pronunciamento de hoje e também parecia muito triste, com um aspecto sombrio e o rosto carregado de tensão.
No fim da noite de ontem, Maduro havia informado que Chávez iniciou o período pós-operatório em Cuba após mais uma cirurgia para o combate a um câncer.
No pronunciamento da terça-feira, Maduro disse que foi uma "operação complexa, difícil e delicada", que durou mais de seis horas, mas que foi concluída "de forma correta e com sucesso".
Trata-se da quarta vez que Chávez é operado em Cuba desde o ano passado, quando iniciou o combate ao câncer. Como aconteceu nas outras ocasiões, o governo não divulgou detalhes sobre a cirurgia.
O presidente do Equador, Rafael Correa, que foi para Cuba na segunda-feira para visitar seu aliado venezuelano, descreveu a operação como "muito delicada". No fim de semana, antes de embarcar para Cuba para a nova cirurgia, Chávez nomeou Maduro como seu "herdeiro político".
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.