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Islamitas e seculares entram em novo choque no Cairo

17:42 | 05/12/2012
Partidários e opositores do presidente egípcio Mohammed Morsi trocaram pedradas e golpes com barras de ferro e clavas do lado de fora do palácio presidencial no Cairo nesta quarta-feira, em uma nova rodada de protestos que aprofundam a crise política no país. Nenhuma morte foi registrada até o momento. Os islamitas caçaram os opositores e seculares do local, desmontando as barracas erguidas ontem pelos ativistas. Segundo opositores, "dezenas" de manifestantes ficaram feridos e os tumultos prosseguiam na noite de hoje não só em frente ao palácio como em outros locais do centro cairota, como na praça Tahrir. A emissora de televisão Al Jazeera do Catar transmitia ao vivo do local. Policiais tentavam separar seculares e islamitas, que se golpeavam com clavas e barras de ferro.

O prêmio Nobel da Paz, o egípcio Mohammed ElBaradei, disse que o responsável direto pela violência é Morsi. ElBaradei afirmou que o governo de Morsi "perde legitimidade a cada dia que passa". ElBaradei, que é da oposição, afirmou que os opositores estão prontos para encerrar os protestos se Morsi revogar os decretos que firmou em 22 de novembro, os quais lhe deram superpoderes e o colocaram acima do judiciário.

Também nesta quarta-feira, o vice-presidente do Egito, Mahmud Mekki, disse que o referendo constitucional ocorrerá em 15 de dezembro, como foi marcado, e convidou os opositores a apresentarem as objeções aos artigos que acusam de ser anti democráticos na Constituição. Mais da metade dos 100 deputados constituintes se retiraram da Assembleia em protesto ao texto nas últimas semanas. Morsi declarou na sexta-feira passada que o texto estava pronto e seria votado no dia 15.

A oposição está pedindo que Morsi retire os decretos feitos há cerca de duas semanas, que concedem a ele poderes quase irrestritos. Além disso, os manifestantes também lutam contra o projeto constitucional que os aliados islamitas do presidente se apressaram a aprovar há alguns dias. Segundo eles, a Constituição reduzirá direitos da minoria cristã, das mulheres e dos seculares.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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