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Brahimi e presidente sírio discutem saídas para conflito no país

11:25 | 24/12/2012
Este foi o terceiro encontro em quatro meses do enviado especial da ONU para Síria com Bashar al-Assad. Ativistas acusam tropas aliadas ao presidente de massacrar civis em ataque aéreo a uma padaria. Nesta segunda-feira (24/12), o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, discutiu com o presidente sírio, Bashar al-Assad, possíveis saídas para os conflitos entre apoiadores e opositores do governo no país. Este foi o terceiro encontro de Brahimi com o líder sírio desde que assumiu o cargo no lugar de Kofi Annan, há quatro meses. Devido aos conflitos que ocorrem próximos ao aeroporto de Damasco, Brahimi precisou fazer por terra o percurso entre Beirute e a capital síria. "Eu disse a ele o que estava vendo de fora e sobre os encontros que tive com diferentes autoridades na região e fora dela", relatou Brahimi à imprensa. "A situação na Síria ainda é motivo para preocupação. Esperamos que todas as partes trabalhem juntas para uma solução, como o povo sírio quer." Recentemente, o enviado especial teve encontros com autoridades norte-americanas que defendem a saída do presidente sírio e russas que se mantêm como um dos poucos aliados de Assad em âmbito internacional. De acordo com o canal estatal de televisão, Assad classificou o encontro com Brahimi como "amigável e construtivo". Ataque a uma padaria Batalhas violentas em Damasco neste sábado (23/12) ofuscaram a chegada de Brahimi à Síria. Segundo ativistas dos direitos humanos no país, mais de 60 pessoas morreram após um ataque aéreo que atingiu uma padaria na comunidade de Halfaya, próxima à cidade de Hama. Há informações de outros ataques aéreos e confrontos em outras partes do país. Ainda não se sabe claramente quem foi o responsável pelo ataque em Halfaya. Ativistas acusam o regime do presidente Assad de retaliação pelas recentes vitórias das tropas rebeldes contra as do regime, em confrontos ocorridos na comunidade. Eles afirmam que os opositores conquistaram mais postos de controle na principal avenida na cidade. Expansão do radicalismo Os radicais islâmicos conquistam cada vez mais espaço no país abalado pela guerra civil. Eles já anunciaram, entre outras declarações recentes, que pretendem erguer um Estado religioso após a queda de Assad do poder. O objetivo é estruturar uma sociedade islâmica, regida pelas regras da sharia (lei islâmica). Eles não reconhecem como representante legítima do povo sírio a Coalizão Nacional, recentemente formada por diversos grupos de oposição. Segundo informações ainda não confirmadas, o grupo radical islâmico Al Nusra já estaria se espalhando pelo norte da Síria. Recentemente, os Estados Unidos o colocaram na lista de organizações terroristas. Também na província de Hama grupos rebeldes islâmicos têm reivindicado mais espaço e ameaçaram duas comunidades cristãs. Um comunicado divulgado em vídeo afirma: caso os moradores não entreguem os apoiadores de Assad, eles serão atacados. Nas imagens é possível ver homens armados com faixas pretas amarradas na testa, onde se lê a profissão de fé fundamentalista. O conflito na Síria começou em março do ano passado e já deixou um saldo de 42 mil mortos, além de mais de 2 milhões de refugiados. Proteção na Turquia A Otan definiu os locais para as bases dos sistemas de defesa aérea na região. Trata-se de um pedido do governo da Turquia, temendo maiores consequências com uma expansão do conflito sírio para seus territórios. Dois grupos alemães contando até 400 soldados farão parte da estratégia. Segundo a Otan, eles ficarão baseados a partir de janeiro na cidade de Kahramanmaras, a 120 quilômetros da fronteira com a Síria. A ajuda internacional foi aprovada no início deste mês, após granadas sírias haverem atingido áreas turcas. Além da Alemanha, também os Estados Unidos e a Holanda terão bases na região. MSB/dpa,rtr,afp,dapd Revisão: Augusto Valente

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