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Atentado em Damasco mata 16 pessoas, Rússia admite derrota de Assad

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o ataque aconteceu em uma área na qual muitos militares moram com suas famílias.

10:07 | 13/12/2012

Um atentado com carro-bomba matou 16 pessoas nesta quinta-feira em um bairro da periferia de Damasco, no mesmo dia que a Rússia, país aliado do presidente Bashar al-Assad, admitiu que o regime sírio pode ser derrotado pelos rebeldes.

As vítimas, em sua maioria mulheres e crianças, morreram no ataque em Qataba, na periferia sudoeste da capital, informou a agência oficial síria Sana.

Vinte e três pessoas ficaram feridas, várias delas com gravidade. De acordo com a Sana, "terroristas utilizaram um automóvel com uma importante quantidade de explosivos".

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o ataque aconteceu em uma área na qual muitos militares moram com suas famílias.

Na quarta-feira, uma série de atentados abalou a periferia de Damasco e matou 13 pessoas. Em um dos ataque, executado contra o ministério do Interior, o ministro Mohammad Ibrahim al-Shaar foi ferido no ombro.

A crescente ofensiva contra alvos governamentais acontece depois de vários governos árabes e ocidentais terem reconhecido a oposição armada como único representante legítimo do povo sírio.

Além disso, o governo dos Estados Unidos acusou o regime de Assad de ter utilizado mísseis Scud e a Human Rights Watch denunciou o uso de bombas incendiárias que provocaram queimaduras graves em civis.

As forças do regime parecem ter passado a uma nova etapa ao utilizar mísseis Scud, que "não têm nenhuma justificativa militar, são pesados, caros e imprecisos", destacou Karim Bitar, diretor de pesquisas no Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris).

Um jornalista da AFP foi testemunha na segunda-feira, no noroeste da Síria, de uma destas explosões. Segundo um comandante do Exército Sírio Livre (ESL), Abu Jalal, o projétil era um míssil terra-terra, de porte um pouco inferior a um Scud, com alcance de dezenas de quilômetros e carga de 300 a 500 quilos de TNT.

De acordo com Bitar, "a grande batalha de Damasco, que pode mudar a situação, está a ponto de começar", e a utilização de mísseis "faz parte da guerra psicológica do regime contra os rebeldes e os países que apoiam os insurgentes".

-- Rússia não descarta vitória rebelde --

O regime sírio, no entanto, perde cada vez mais o controle do país, afirmou nesta quinta-feira o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, para quem não é possível excluir uma vitória da oposição no conflito.

"É necessário observar as coisas de frente. O regime e o governo sírio perdem cada vez mais o controle do país", disse Bogdanov.

"Em consequência, uma vitória da oposição não deve ser descartada" completou.
"Moscou vai insistir na aplicação do comunicado de Genebra e na busca de uma solução pacífica ao conflito", advertiu Bogdanov.

O vice-ministro fez referência ao acordo sobre os princípios de uma transição política na Síria adotados em 30 de junho em Genebra pelo grupo de ação para a Síria.

A Rússia é um dos últimos apoios do regime sírio.

Moscou bloqueou até agora todos projetos de resolução do Conselho de Segurança da ONU de condenação ao regime do presidente Bashar al-Assad.

 

AFP

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