Vai a 49 total de mortos em acidente com trem no Egito
Livros e mochilas estavam espalhados ao longo dos trilhos perto do ônibus destruído. Os pais das vítimas, abalados, buscavam sinais de seus filhos.
Dois funcionários de hospitais informaram mais cedo que entre sete e 11 feridos foram levados para receber atendimento em duas instalações diferentes. Todos os funcionários falaram sob condição de anonimato pois não estavam autorizados a conversar com a imprensa.
O sistema ferroviário do Egito tem um histórico de baixa segurança. O pior desastre ferroviário do país aconteceu em fevereiro de 2002, quando um trem indo para o sul do Egito pegou fogo, matando 363 pessoas. Reportagens citando estatísticas oficiais dizem que acidentes ferroviários e rodoviários provocaram mais de 7 mil mortes em 2010.
A agência de notícias estatal Mena informou que o ministro dos Transportes, Mohammed el-Meteeni, ofereceu sua renúncia ao presidente egípcio Mohammed Morsi. Em discurso televisionado de seu escritório, Morsi disse que encarregou o procurador do Estado egípcio de investigar o caso. "Os culpados por esse acidente serão responsabilizados", afirmou.
Em uma discussão acalorada em uma das estações estatais de rádio, apresentador e ouvintes expressaram indignação e exigiram uma revisão imediata e modernização do sistema de trens. Como a maioria dos órgãos do governo, funcionários do ministério dos Transportes se queixam de salários baixos e condições de trabalho inadequadas.
O acidente deste sábado acontece uma semana depois de dois trens colidirem em outra província do sul do país, matando quatro pessoas. Alguns dos acidentes de trem do país são atribuídos a um sistema ultrapassado, que depende fortemente de operadores de comutação em vez de se apoiar em tecnologia.
Moradores de Assiut também reclamaram que não havia ambulâncias suficientes na área que pudessem chegar com rapidez e que os veículos eram mal equipados. Na aldeia de al-Mandara, famílias das vítimas e outros habitantes se reuniram em torno do local do acidente e gritaram palavras de ordem contra o governo. Sheik Mohammed Hassan, morador da região, disse que o governo deveria estar prestando mais atenção aos seus problemas internos. "O sangue de pessoas em Assiut é mais importante do que Gaza", afirmou. As informações são da Associated Press.