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Ucranianos protestam contra 'fraudes' nas eleições

Pressionada, a Comissão Eleitoral Central pediu ao Parlamento a realização de novas eleições em cinco circunscrições, disputadas entre candidatos governistas e opositores

15:50 | 05/11/2012
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KIEV, 5 Nov 2012 (AFP) - Cerca de 2.000 ucranianos protestaram nesta segunda-feira, 5, em Kiev para denunciar as "fraudes" nas eleições de 28 de outubro, vencidas pelo partido no poder, mas que ainda não teve seus resultados anunciados, o que levou a oposição a ameaçar não reconhecer o novo Parlamento.

Pressionada, a Comissão Eleitoral Central pediu ao Parlamento a realização de novas eleições em cinco circunscrições, disputadas entre candidatos governistas e opositores.

Ela considerou ser impossível estabelecer os resultados da votação, devido a inúmeras violações, ressaltando que a Constituição e as leis não foram respeitadas durante as eleições.

A oposição contesta os resultados em 13 circunscrições de um total de 225.

Os manifestantes, que responderam à convocação da aliança opositora Batkivchtchina (Pátria), ligada à ex-primeira-ministra presa Yulia Timoshenko, do partido Udar, do boxeador Vitali Klitschko, e da formação nacionalista Svoboda (Liberdade), reuniram-se no início da manhã em frente à sede da Comissão Eleitoral Central.

Uma semana depois da votação, os resultados eleitorais completos ainda não foram anunciados e a contagem ainda não foi concluída em alguns centros eleitorais.

"Nos últimos oito dias, o Partido das Regiões (no poder) rouba os votos dos ucranianos e modifica os resultados da votação em favor de seus candidatos", declarou o líder da Batkivchtchina, Arseniy Yatsenyuk.

"É o presidente Viktor Yanukovich que deve assumir a responsabilidade pessoal", prosseguiu. "O poder cuspiu na escolha dos ucranianos", acrescentou o chefe da Svoboda, Oleg Tiagnybok.

A Batkivchtchina também ameaçou em um comunicado "considerar inválido" o novo Parlamento "se o governo não parar imediatamente com as fraudes". Udar e Svoboda apoiaram esta ideia.

Yanukovich não apareceu em público desde o dia da votação e não fez declarações sobre as acusações de fraude, apesar das fortes trocas de acusações entre alguns candidatos do seu partido e outros da oposição.

Na União Europeia, que pediu no sábado um anúncio rápido dos resultados definitivos das eleições, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, declarou nesta segunda-feira estar "muito preocupado" com a situação política na Ucrânia.

Dos cinco partidos que devem entrar no Parlamento, o Partido das Regiões do presidente Yanukovich lidera com 30% dos votos, seguido pela aliança partidária que incluiu o partido de Timoshenko (26%), de acordo com resultados parciais da eleição, relativos à apuração dos votos de 99,95% dos centros para os 225 assentos distribuídos proporcionalmente.

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