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Secretário de Defesa também respalda general Allen, envolvido no caso Petraeus

10:17 | 14/11/2012
AFP
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O secretário de Defesa do Estados Unidos, Leon Panetta, expressou seu apoio ao general Allen, comandante das forças americanas no Afeganistão envolvido no escândalo Petraeus.

"O general Allen fez um excelente trabalho à frente das forças da Otan no Afeganistão", disse Panetta à imprensa em Perth (Austrália), antes de garantir ter total confiança no general como comandante das forças americanas.

O general Allen foi colocado sob investigação na terça-feira por decisão do presidente Barack Obama após agentes do FBI terem descoberto que ele havia enviado mensagens por correio eletrônico a Jill Kelley, a mulher que deu início ao escândalo Petraeus com suas denúncias, mas as informações enviadas não foram consideradas sensíveis.

"Posso dizer que o presidente tem elevado conceito sobre o general Allen e os serviços que prestou ao país, assim como do trabalho que realizou no Afeganistão", assegurou Jay Carney, porta-voz da presidência.

Uma fonte do Pentágono disse na terça-feira a jornalistas que o FBI descobriu entre 20.000 e 30.000 páginas de correspondência entre Allen e Kelley, uma amiga da família de Petraeus, que foi considerada vítima de perseguição por parte de Paula Broadwell, com quem David Petraeus manteve relações extraconjuguais.

Petraeus renunciou abruptamente na sexta-feira passada do cargo de diretor da CIA após admitir vínculo com Broadwell, que era sua biógrafa.

Um funcionário que viajava com Panetta à Austrália disse que "o volume de documentos poder ser confuso", e que pode constituir violação do código militar e de conduta inconveniente para um oficial.

Panetta destacou em um comunicado que seu Departamento foi informado sobre o assunto no domingo pelo FBI e que remeteu as informações ao Inspetor Geral (IG) do Pentágono para que ele abrisse inquérito.

Contudo, o fato da investigação ter sido encarregada à Inspeção Geral do Pentágono e não ao FBI parece descartar que Allen tenha divulgado informações consideradas secretas.

Outro funcionário próximo a Allen, entrevistado pelo jornal Washington Post, descartou qualquer relação entre o general e Kelley, afirmando ainda que eles nunca estiveram juntos sozinhos e que a relação dos dois não passou da troca de mensagens eletrônicas.

Na terça-feira, Obama suspendeu Allen do cargo de comandate supremo da Otan até o fim da investigação do IG. O general permanecerá em Cabul à espera do veredito.

O general Joseph Dunford foi escolhido para suceder Allen no comando das forças no Afeganistão.

O momento em que surge o escândalo é delicado, já que em poucos dias o general Allen deve anunciar sua recomendação sobre o número de soldados americanos que deverão permanecer no Afeganistão após a retirada da maior parte das tropas, ao fim de 2014.

O caso Petraeus também causou consequências políticas nas audiências previstas no Congresso sobre o ataque ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, no dia 11 de setembro. Legisladores democratas e republicanos manifestaram interesse no testemunho do ex-diretor da CIA sobre o acontecido no dia em que morreram quatro americanos, incluindo o embaixador no país.

"Acredito que ele o fará. Acredito que ele é uma pessoa responsável e que virá", disse à CNN a democrata Diane Feinstein, presidente do Comitê de Inteligência do Senado, referindo-se a Petraeus.

 

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