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ONU vota amanhã novo status da Palestina

19:01 | 28/11/2012
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votará amanhã a candidatura palestina ao status de "Estado observador" na entidade. A expectativa é de que o pleito palestino seja aprovado com folga, mas a promoção deve ter caráter simbólico.

Para Hanan Ashrawi, uma porta-voz da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Ramallah, a candidatura a um novo status perante a ONU é um esforço de última hora para recuperar os esforços de paz no Oriente Médio.

Hanan Ashrawi conclamou os Estados Unidos a retirarem sua objeção à promoção da OLP ao status de "Estado observador", o que não deve se concretizar.

Segundo ela, a oposição norte-americana ao pleito palestino é "patética" e contrária aos próprios interesses dos EUA no Oriente Médio. Ela rechaçou ainda a acusação israelense de que os palestinos estariam tentando contornar um eventual processo de paz.

Já nos EUA, onde acompanhará a votação na sede da ONU em Nova York, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, reuniu-se hoje com o subsecretário de Estado norte-americano William Burns e o com o enviado especial dos EUA ao Oriente Médio David Hill para discutir o assunto.

Atualmente, a OLP é considerada uma "entidade" observadora na ONU, com direito a voz, mas não a voto. Para obter a promoção de "entidade" a "Estado" observador, os palestinos precisam da maioria dos votos dos 193 membros da Assembleia-Geral da ONU, na qual nenhum país tem direito a veto.

Como 131 países já reconheceram o Estado palestino e 107 votaram a favor da inclusão da Palestina como membro pleno da Unesco, em dezembro do ano passado, a expectativa dos palestinos é de que o novo status seja aprovado amanhã com cerca de dois terços dos 193 votos possíveis.

A mudança de status dos palestinos na ONU deve ter caráter meramente simbólico, mas tem potencial de alavancar os palestinos em futuras negociações de fronteira com Israel e de abrir caminho para possíveis acusações de crimes de guerra contra o Estado judeu.

Opõem-se à iniciativa somente os Estados Unidos, Israel, a Alemanha, o Canadá e um punhado de outros países.

Em contrapartida, entre 140 e 150 países devem votar a favor da promoção da Palestina a "Estado observador", entre eles Brasil, França, Rússia, China, Índia e África do Sul.

Hoje, a Espanha, a Noruega, a Dinamarca e a Suíça anunciaram que votarão a favor do reconhecimento da Palestina como Estado observador.

O porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert, afirmou hoje a repórteres que o país não seguirá o mesmo caminho de outras nações europeias e votará contra o pedido palestino.

"Nós queremos votar o mais próximo possível dos nossos parceiros europeus. No entanto, também é certo que a Alemanha não aceitará essa resolução", disse Seibert.

O ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel Garcia Margallo, declarou ao Parlamento nacional que a Espanha apoiará o pedido palestino na ONU porque sente que é a melhor maneira para avançar em direção a paz.

Em nota, o Conselho Federal da Suíça apontou que a decisão de votar a favor da causa palestina é coerente com a política do país de buscar "uma paz negociada e durável entre Israel e o Estado independente e viável da Palestina, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente".

A Noruega é outro país a reforçar o apoio à Palestina. O ministro de Relações Exteriores norueguês disse à emissora pública NRK que a decisão foi baseada na necessidade de dar "um novo impulso" às negociações entre Israel e palestinos e para reforçar a posição do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que acompanhará a assembleia da ONU.

Na terça-feira, a França se tornou a primeira grande potência europeia a se manifestar a favor do reconhecimento da Palestina na ONU. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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