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Obama ante o desafio de consolidar a recuperação econômica

Segundo uma pesquisa de boca de urna realizada pela rede CNN, os temas econômicos determinaram a decisão de 60% dos eleitores

16:27 | 07/11/2012
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WASHINGTON, 7 Nov 2012 (AFP) - O presidente Barack Obama, reeleito na madrugada desta quarta-feira, enfrenta vários desafios econômicos importantes, sendo o primeiro deles assegurar a viabilidade da recuperação da ainda frágil economia norte-americana.

Apesar de a economia estar melhor que em novembro de 2008, quando Obama ganhou pela primeira vez as eleições, as expectativas dos norte-americanos continuam sendo muito altas.

Segundo uma pesquisa de boca de urna realizada pela rede CNN, os temas econômicos determinaram a decisão de 60% dos eleitores.

O crescimento da economia (2,0% no terceiro trimestre) continua sendo pouco para gerar uma queda contundente do desemprego, situado em 7,9% em outubro, acima do nível de janeiro de 2009, quando Obama assumiu a presidência.

A recuperação da economia, dependente em grande medida da política de estímulo adotada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), possui grandes desafios no curto prazo.

O primeiro é o precipício fiscal, que consiste em uma série de ajustes automáticos para reduzir o déficit público, através principalmente da alta dos impostos e da redução do gasto. Esses ajustes entrarão em vigor em janeiro de 2013 caso não haja um acordo no Congresso, que ameaça a recuperação da economia.

O segundo obstáculo é o incremento do teto da dívida, necessário para o funcionamento do Estado sem que o país apresente default, que deve ser elevado durante o primeiro trimestre de 2013.

Contudo, a relação de forças no Congresso continua sendo a mesma que antes das eleições, mas os democratas poderão negociar com os republicanos, que ostentam a maioria na Câmara de Representantes para evitar os erros de agosto de 2011.

Na época, a incapacidade de se chegar a um acordo bipartidária sobre a dívida levou os Estados Unidos a perderem a máxima nota creditícia "AAA", na escala de classificação da Standard and Poor's.

Já a Moody's advertiu que poderia privar os Estados Unidos de seu "AAA" caso os legisladores decidam adiar as decisões necessárias sobre os problemas orçamentários para além do início de 2013.

Controle da dívida pública Com relação ao precipício fiscal, Inna Mufteeva, economista do banco Natixis, afirmou que o Congresso deveria chegar a um acordo, mas advertiu que este compromisso pode ser somente temporário.

Ele postergaria para o primeiro semestre de 2013 a questão mais global do controle da colossal da dívida pública dos Estados Unidos (16,21 trilhões de dólares) e a redução do déficit orçamentário.

O presidente da Fed, Ben Bernanke, pede há mais de dois anos ao Congresso para que alcance um acordo sobre um plano confiável para tornar viáveis as finanças públicas, sem o qual o país poderá perder seu dinamismo e competitividade.

A agência classificadora Fitch Ratings recordou nesta quarta-feira que seria preciso atuar sem demora a esse respeito, com o objetivo de "sustentar a reativação econômica e a confiança".

Entre os grandes desafios que esperam por Obama figuram também duas promessas não cumpridas durante seu primeiro mandato: a reforma do imposto às empresas e do financiamento imobiliário, para o qual necessitará negociar duramente com os republicanos.

Os Estados Unidos deverão avançar também na superação dos desequilíbrios prometida a seus sócios do G20, a fim de que seu crescimento econômico dependa menos do consumo interno.

Apesar dos esforços da administração em aumentar as exportações norte-americanas, a participação do gasto das famílias no PIB de Estados Unidos não foi reduzida. Inclusive aumentou com relação a 2008 e se mantém sobre 70%.

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