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Israel inicia ampla operação contra Gaza; 9 mortos

16:09 | 14/11/2012
O exército de Israel iniciou nesta quarta-feira uma operação militar contra milicianos palestinos radicados na Faixa de Gaza. Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas nos ataques israelenses de hoje. Entre os mortos encontra-se Ahmed Jabari, comandante do braço militar do grupo palestino Hamas. Duas crianças também perderam a vida no início da maior operação de Israel contra Gaza desde o fim de 2008.

Nos últimos dias, autoridades israelenses discutiram a retomada da política de "assassinatos seletivos" de líderes do Hamas, que consiste uma contestada onda de execuções extrajudiciais, em meio aos persistentes disparos de foguetes de militantes palestinos contra o sul de Israel.

No Cairo, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohammed Kamel Amr, criticou os ataques aéreos israelenses e exigiu o "fim imediato" dos bombardeios a Gaza. Por meio de nota, Amr advertiu contra "qualquer tipo escalada e seus potenciais efeitos negativos para a estabilidade regional".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estava reunido com seu gabinete de segurança no fim da tarde de hoje, pelo horário local. Ao mesmo tempo, o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, decretou estado de emergência, esvaziou os principais edifícios governamentais e posicionou duas forças de segurança longe desses locais.

Jabari, que ocupava o topo de lista de "mais procurados" de Israel desde a invasão de Gaza em 2008, morreu em um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza. Pouco depois, o exército de Israel anunciou que o assassinato de Jabari marcava o início de uma operação militar contra milicianos radicados na sitiada Faixa de Gaza.

De acordo com testemunhas, Jabari dirigia seu carro pela Cidade de Gaza quando o automóvel explodiu. Dirigentes do Hamas confirmaram a seguir que Jabari foi morto em um bombardeio israelense.

Ao longo da quarta-feira, Israel promoveu dezenas de ataques aéreos. Além de Jabari, dois milicianos, duas crianças e quatro pessoas ainda não identificadas morreram nas ações israelenses de hoje, disse Ashraf al-Kidra, funcionário dos serviços de saúde de Gaza.

Os disparos de foguetes de Gaza e a operação israelense ocorrem em um momento no qual a Autoridade Nacional Palestina (ANP) busca seu reconhecimento perante a Organização das Nações Unidas (ONU).

Também nesta quarta-feira, veio à tona um documento do Ministério das Relações Exteriores de Israel no qual os diplomatas do país são orientados a alertarem outros governos que os acordos de paz alcançados em Oslo em 1993 podem ser anulados se os palestinos buscarem reconhecimento internacional na ONU.

O documento da chancelaria israelense, ao qual a agência de notícias AFP teve acesso, também propõe "derrubar" o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, se os palestinos pedirem no dia 29 adesão formal na Assembleia Geral da ONU. A ANP, nesse contexto, seria "desmantelada" nos territórios ocupados. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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