Gaza e Israel amanhecem próximos da normalidade
Os oito dias de ataques terminaram de forma inconclusiva. De um lado, Israel diz que causou grandes danos aos militantes; de outro, os líderes do Hamas afirmam que a decisão de Israel de não atacar por terra, como fez há quatro anos, é um sinal de novo poder do Hamas. Os confrontos resultaram na morte de 161 palestinos - incluindo 71 civis - e cinco israelenses.
O humor em Israel amanheceu indefinido. Alguns mostraram gratidão pela restauração da paz sem uma operação por terra que poderia ter custado a vida de soldados. Outros acreditam que a operação foi abandonada precipitadamente, principalmente entre os habitantes do sul de Israel, área continuadamente atingida por foguetes palestinos há 13 anos.
Em Gaza, o anúncio de trégua resultou em frenéticas celebrações nas ruas. "Hoje é diferente, o café que tomei de manhã tinha um gosto diferente, e eu sinto que estamos no rumo de um novo começo", disse Ashraf Diaa, um engenheiro de 38 anos da Cidade de Gaza.
A vida em Gaza voltou a certo nível de normalidade após os confrontos que mantiveram milhares de pessoas em suas casas. Homens varriam as ruas e caminhões retiravam a sujeira resultante dos bombardeios. As pessoas lotaram os mercados para comprar frutas e vegetais frescos. Durante a noite, homens atiraram para o alto em comemoração. Uma pessoa morreu e três ficaram feridas por balas perdidas durante a celebração.
"Estamos abertos aos negócios novamente", disse Iyad Radwan, funcionário de 23 anos de uma loja de reparos de janelas, que já havia recebido 60 pedidos até o meio da manhã. "Agora é hora de reconstruir."
Centenas de combatentes mascarados do Hamas apareceram em público pela primeira vez hoje durante o funeral de cinco de seus companheiros. Os homens armados carregavam lançadores de granadas e armas em cima de mais de 100 novas caminhonetes.
No sul de Israel, escolas permaneceram fechadas enquanto a região gradualmente voltava à vida. Na cidade fronteiriça de Sderot, que sofreu por anos com ataques de foguetes, poucas pessoas saíram às ruas e a maior parte do comércio continuou fechado. A cidade litorânea de Ashkelon estava mais próxima da normalidade. O comércio reabriu, mas sofreu com a falta de suprimentos e de funcionários, já que muitas pessoas fugiram por causa da violência. As informações são da Associated Press.