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Em tentativa de conciliação, Morsi defende decretos

18:20 | 26/11/2012
O presidente do Egito, Mohammed Morsi, defendeu nesta segunda-feira os decretos emitidos por ele na semana passada e assegurou que não haverá ingerência do Poder Executivo sobre o Judiciário, declarou um porta-voz do governo.

Em reunião com representantes do Judiciário egípcio ocorrida nesta segunda-feira no Cairo, Morsi salientou que agiu dentro dos limites constitucionais ao emitir, na última quinta-feira, a série de decretos por meio da qual acumulou uma série de poderes, disse Yasser Ali, porta-voz da presidência, a jornalistas.

Apesar disso, prosseguiu o porta-voz, Morsi assegurou que os decretos não "infringem" de nenhuma maneira o Judiciário e disse que não haveria interferência.

Os comentários de Ali sobre a posição de Morsi na reunião sinalizam a intenção de presidência de não recuar dos decretos, o que deve acirrar a crise política entre situação e oposição no Egito.

O decreto define que o presidente pode tomar, em caráter definitivo e irrevogável, "qualquer decisão ou medida para preservar a revolução", o que deu início a uma nova queda de braço com o Judiciário em um momento no qual um painel tenta elaborar uma nova Constituição para o país.

Entre outras coisas, os decretos deixam Morsi e um painel incumbido de redigir uma nova Constituição para o Egito fora do alcance do Poder Judiciário.

Mais cedo, antes da reunião de Morsi com os magistrados, o ministro de Justiça do Egito, Ahmed Mekki, disse que a solução para a crise política era "iminente".

Mekki tem atuado como mediador entre o presidente e o Judiciário na tentativa de abater a crise. Ele não disse qual seria a solução iminente.

Simpatizantes e opositores de Morsi têm manifestações programadas para amanhã no Cairo.

Na próxima semana, a corte administrativa do Egito vai examinar um pedido de anulação dos decretos de Morsi. Até agora, mais de uma dúzia já foram registrados na justiça contra os decretos.

A oposição a Morsi acusa-o de assumir "poderes ditatoriais" e promete continuar os protestos nas ruas até que o presidente volte atrás. As informações são da Associated Press.

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