Egito: manifestantes queimam sede do partido de Morsi
Morsi discursou nesta sexta-feira para milhares de partidários. Segundo ele, as medidas foram tomadas para frear os "carunchos" e "insetos" do antigo regime de Hosni Mubarak, derrubado em fevereiro de 2011, que estariam atrasando o progresso do Egito. Ele acusou alguns juízes de planejarem dissolver a Câmara Alta, a qual blindou de dissolução com o decreto de ontem. "Existem alguns carunchos que estão comendo a nação egípcia" disse.
Confrontos semelhantes aconteceram também nas cidades de Assuã e Gizé. Em outras três cidade do canal de Suez, os manifestantes atearam fogo nos escritórios da Irmandade Muçulmana, ao qual Morsi é ligado. A União Europeia emitiu um comunicado no qual pediu a Morsi que "respeite o processo democrático" no Egito.
"É da maior importância que o processo democrático seja completo de acordo com os compromissos tomados pela liderança egípcia", disse Michael Mann, porta-voz da chefe de política externa da UE, Catherine Ashton.
Os protestos ocorrem um dia após Morsi ter emitido emendas constitucionais por decretos que reforçam o próprio poder da presidência e dão imunidade aos parlamentares que redigem a nova Constituição do país. As medidas, afirma a oposição, reduzirão os direitos dos egípcios seculares, da minoria cristã e das mulheres.
As emendas blindam qualquer tentativa do judiciário de dissolver o painel constituinte, dominado por políticos islamitas, e reabrem os julgamentos dos ex-funcionários públicos do regime de Hosni Mubarak.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.