PUBLICIDADE
Notícias

Congresso americano continua dividido

09:04 | 07/11/2012

WASHINGTON, 7 Nov 2012 (AFP) - O Congresso dos Estados Unidos permaneceu como era antes das eleições legislativas de terça-feira, com os republicanos em maioria na Câmara de Representantes e os democratas com o controle do Senado, resultados que permitem prever um novo período de impasse no legislativo.

Os republicanos conquistaram o controle da Câmara nas eleições de 2010, com uma vantagem de 25 cadeiras do total de 435. De acordo com as emissoras de televisão americanas, eles manterão a maioria.

Por outro lado, os democratas conservaram a maioria no Senado, de acordo com a Fox e a CNN, o que representa um alívio para o presidente reeleito Barack Obama, que tinha o trabalho dificultado por um Congresso totalmente adverso.

Os republicanos precisavam de mais quatro cadeiras sem perder nenhuma para ficar com a maioria no Senado, mas perderam pelo menos três nos estados de Massachusetts, Virgínia e Indiana.

A cada dois anos, os eleitores americanos renovam a totalidade dos deputados (representantes) e parte dos senadores.

Na terça-feira, os dois candidatos republicanos que fizeram declarações polêmicas sobre estupro e aborto não foram eleitos.

O conservador Richard Mourdock perdeu para o democrata Joe Donnelly na corrida por uma vaga no Senado pelo estado de Indiana. Durante a campanha, ele disse que a gravidez resultante de estupro é um "presente de Deus".

No Missouri, Todd Alin não conseguiu tomar a vaga da senadora democrata Claire McCaskill, após afirmar que uma mulher realmente violentada não pode engravidar.

"Pelo que entendo do que dizem os médicos, a gravidez após estupro é muito rara (...) Quando se trata de um estupro real, o corpo da mulher tentará de todos os jeitos impedi-la", disse Alin.

Toda nova legislação tem que ser aprovada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes antes de ser assinada pelo presidente, processo que Obama conhece bem e ao qual ele culpa pelas dificuldades da segunda metade do seu mandato.
Outro estado chave, a Virginia, também foi perdido pelo republicano George Allen, que foi derrotado pelo democrata Tim Kaine.

Os dois candidatos travaram uma disputa feroz nos últimos meses, concentrando os temas de debate nos gastos em defesa - a Virginia é a sede do Pentágono e das grandes empresas bélicas - e no aborto.

Tanto Allen quanto Kaine já foram governadores do estado.

Contudo, o tema central que dominará as discussões no Congresso até dezembro é a fixação do teto fiscal, uma ameaça à economia e uma meta imprudente comprometida por um acordo entre democratas e republicanos.

Se o Congresso não entrar em acordo sobre a maneira de reduzir os gastos a médio prazo, o país se veria forçado a fazer cortes imediatos nos gastos do governo a partir de 1 de janeiro, enquanto os impostos seriam aumentados.

Os economistas prevêem que um aumento nos impostos afetaria diretamente os gastos em moradia, um risco que pode levar os Estados Unidos de volta a uma recessão e reduzir sua classificação de crédito pelas agências internacionais como a Standard & Poor's.

Os legisladores estão sofrendo pressão para aprovar um plano fiscal alternativo antes do fim do ano.

Se o plano existente for implementado, pode economizar até 4% do Produto Interno Bruto, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.

TAGS