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Bom trabalho da defesa civil vira bandeira de campanha nos EUA

15:24 | 01/11/2012
A agência norte-americana de gestão de emergências Fema mostrou-se muito bem preparada para enfrentar a tempestade Sandy. Há sete anos, quando o furacão Katrina assolou partes do país, o órgão recebeu críticas. Quando o furacão Katrina atingiu Nova Orleans em 2005, a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) não atendeu às expectativas. Desta vez, no entanto, a entidade mostrou-se bem preparada e reagiu rapidamente aos problemas decorrentes da tempestade Sandy. Os últimos acontecimentos nos Estados Unidos chamaram a atenção dos norte-americanos para um órgão que na maior parte das vezes age nos bastidores. A Fema costuma aparecer nas manchetes apenas quando algo dá errado, como em 2005. Mesmo que na época o então presidente George W. Bush tenha elogiado em público Michael Brown, então diretor da Fema, já estava claro que o trabalho da defesa civil havia fracassado em todas as frentes. Em 2005, a Fema era um órgão mal financiado e mal preparado. De lá para cá a situação mudou. Especialmente durante a administração Obama, a instituição foi fortalecida e hoje é dirigida por Craig Fugate, um chefe realmente competente. Fugate, de 53 anos, não fez outra coisa na vida a não ser enfrentar catástrofes. Ele foi paramédico, bombeiro e mais tarde chefiou a agência de gestão de emergências da Flórida. Seu lema: "Estar preparado". Elogios da oposição Muito antes de Sandy atingir a costa dos Estados Unidos, a Fema já havia transportado água, alimentos e geradores para as regiões que seriam atingidas. E quando a tempestade chegou ao país, a Fema esteve 24 horas à disposição para ajudar. Até mesmo o governador republicano Chris Christie, de Nova Jersey, estado fortemente destruído por Sandy, distribuiu elogios, dizendo ter recebido ligações da Fema às duas horas da madrugada para acertar detalhes. Mas ao chamar atenção por causa da tempestade Sandy, a agência também se transformou em bandeira na campanha presidencial, pois traz à tona o debate sobre quão significativo deve ser o papel do Estado nos EUA. Os republicanos defendem o mínimo possível de interferência. "Toda vez que você tem a oportunidade de tirar alguma coisa do governo e dar ao país, está no caminho certo. Melhor ainda é quando você toma algo do governo e repassa à iniciativa privada", disse Mitt Romney há um ano. Naquela época, Romney havia dito que a ajuda em caso de catástrofes deveria ser de competência estadual ou mesmo do setor privado. Os republicanos criticam o orçamento bilionário da Fema e repetidamente exigem cortes. Mudança de ideia Agora, Mitt Romney foi forçado a deixar claro que jamais pretendeu abolir a Agência Federal de Gestão de Emergências e, se for eleito presidente, vai garantir que ela receba recursos suficientes para fazer o seu trabalho. Neste meio-tempo, o ex-diretor Michael Brown se pronunciou. O responsável pela lentidão na ajuda após o Katrina criticou Barack Obama abertamente. Segundo Brown, o presidente se precipitou ao interromper a campanha eleitoral e visitar o centro de coordenação da Fema na área em crise para participar de uma conferência de imprensa. Isso tudo tem motivação política, acusou Brown. O atual diretor da Fema, Craig Fugate, rebateu: "Antes cedo do que tarde demais." Autora: Sabine Müller (rw) Revisão: Francis França

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