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Autoridades registram surtos de HIV entre usuários de drogas no sul da Europa

16:50 | 21/11/2012
Relatório afirma que o número de novos casos de aids entre consumidores de drogas aumentou significativamente em países como a Grécia, a Romênia e a Bulgária. Enquanto o número de novos casos de infecção por HIV diminui entre os usuários de drogas na maioria dos países da União Europeia (UE), em alguns países do sul e do leste são verificados "surtos alarmantes", de acordo com recente relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT). Na Grécia, na Romênia e na Bulgária, a quantidade de novos casos de aids entre consumidores de drogas aumentou significativamente. Também na Estônia e na Lituânia são registrados cada vez mais casos. Em Atenas, onde uma epidemia entre usuários de drogas foi verificada em 2011, a troca de seringas usadas por novas e as opções de tratamento foram ampliadas, disse Roland Simon, do OEDT. Ainda assim, o relatório afirma que há motivos para prognósticos preocupantes de que cresça o risco potencial para novas epidemias localizadas de HIV, em razão da decadência social de algumas zonas urbanas e dos limitados recursos financeiros dos Estados para combater o problema. Soma-se a isso o aumento da imigração de países como a Rússia e a Ucrânia, onde existem, respectivamente, 104 e 152 incidências de aids por milhão de pessoas (a média europeia é de 2,5). Originalmente para rinocerontes A variedade de substâncias psicoativas aumenta cada vez mais. Apenas em 2012 o OEDT registrou mais de 50 drogas até então desconhecidas. A maioria tem como princípio ativo a substância catinona, que imita o efeito da cocaína, ou os canabinóides similares ao spice. Também são encontrados produtos originados da mistura de muitas substâncias, o que faz com que eles não estejam previstos na legislação antidrogas. Muitas dessas substâncias não foram desenvolvidas para serem usadas por pessoas, afirma Tim Pfeiffer-Gerschel, diretor do Observatório Alemão da Droga e da Toxicodependência, versão local da autoridade europeia. "É muito complicado avaliar os riscos dessas drogas, levando em conta que há até substâncias utilizadas para anestesiar rinocerontes." "A maconha não é inofensiva" Durante a apresentação do relatório, na semana passada em Berlim, a encarregada do governo alemão para drogas, Mechthild Dyckmans, reforçou sua posição contra a legalização da maconha na Alemanha, frequentemente defendida por políticos de esquerda e liberais. "A maconha não é inovensiva", afirmou. Segundo ela, há cada vez mais pacientes sendo tratados de dependência da maconha. O OEDT registrou ainda um declínio no uso da heroína, que desde os anos 70 é a principal causa de doenças e mortes relacionadas ao uso de drogas. Isso se deve ao fato de que, hoje em dia, metade dos consumidores da droga na UE e na Noruega tem acesso a terapias de substituição. Autor: Bernd Gräßler (rc) Revisão: Alexandre Schossler

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