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Atentados deixam mais de 50 mortos perto de Damasco

09:55 | 28/11/2012
afp
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Dois atentados nesta quarta-feira em um subúrbio de Damasco deixaram 54 mortos e 120 feridos, em mais um episódio sangrento da guerra na Síria, onde os rebeldes conseguiram abater pela segunda vez em menos de 24 horas uma aeronave do exército.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem como fontes uma grande rede de militantes e de médicos na Síria, anunciou um balanço atualizado de 54 mortos e 120 feridos, sendo 23 em estado grave, nos ataques com carros-bomba em Jarama, área favorável ao regime de Bashar al-Assad ao sudeste de Damasco.

De acordo com um boletim provisório do ministério do Interior, 34 pessoas morreram e 83 ficaram feridas em "dois atentados terroristas" na praça principal. Pedaços de corpos ficaram espalhados no local.

Uma das explosões aconteceu perto de um posto de gasolina. A fachada de um prédio e dezenas de carros foram muito danificados. Pedaços de carne humana podiam ser vistos no chão.

"O que querem de Jaramana? A cidade recebe pessoas vindas de toda a Síria (...), seja de Deraa (sul) ou (da província) de Soueida", disse um morador. "O que querem? Querem matar as crianças indo à escola?" gritava outro.

Os ataques aconteceram simultaneamente por volta das 6H30 (2H30 de Brasília) em uma cidade com maioria de drusos e cristãos e que já foi alvo de vários atentados com carros-bomba nos últimos meses.

Os atentados não foram reivindicados até o momento, mas a simultaneidade das explosões e o uso de carros-bomba combina com o modo de operar de grupos islamitas como a Al-Qaeda.

Desde o começo da revolta contra o regime em março de 2011, que se transformou em guerra civil por causa da repressão, as autoridades atribuem a violência a "grupos terroristas apoiados internacionalmente".

A guerra, que em 20 meses fez mais de 40.000 mortos de acordo com o OSDH, se estende pelo país com combates entre rebeldes e soldados em vários frontes, principalmente em Idleb e Aleppo, ao norte.

Os insurgentes querem estender seu controle na região norte, ao longo das fronteiras turca e iraquiana, enquanto as tropas do regime tentam neutralizar os rebeldes numa região que vai do sul do país, passando pela capital, até o noroeste em Lattakia.

Duas aeronaves do exército abatidas com mísseis Os rebeldes abateram em menos de 24 horas duas aeronaves do exército usando mísseis pela primeira vez, de acordo com o OSDH.

Na manhã desta quarta-feira, eles derrubaram um caça no noroeste, segundo um correspondente da AFP na fronteira entre Síria e Turquia. O avião caiu em Daret Ezza, na província de Aleppo.

Os rebeldes sírios capturaram um dos dois pilotos do caça, indicaram testemunhas.

Os dois pilotos do avião derrubado se ejetaram com paraquedas depois que a aeronave foi atingida por um míssil. Um deles foi capturado e o paradeiro do outro é desconhecido.

Na terça-feira, os rebeldes tinham abatido um helicóptero com um míssil terra-ar, perto de Aleppo. O aparelho foi derrubado enquanto bombardeava os arredores da base de Sheikh Souleimane, que os rebeldes tentam tomar.

De acordo com o OSDH, os rebeldes conseguiram encontrar dezenas de mísseis. Um dos chefes militares da rebelião, o general Ahmad Faj, declarou na semana passada à AFP que os rebeldes tinham recuperado mísseis terra-ar quando tomaram a base 46 (noroeste).

A aquisição dos mísseis pode mudar o curso da guerra, já que os rebeldes teriam a oportunidade de acabar com a supremacia aérea do exército.
As tropas do regime, por sua vez, intensificaram os bombardeios aéreos no norte e no centro, mirando principalmente a cidade de Maaret al-Noomane na província de Idleb, o bastião rebelde em Homs (centro) e a província de Damas, precisou o OSDH.

A tomada de Maaret al-Noomane em 9 de outubro pelos rebeldes fechou o caminho usado pelos reforços do exército para chegar a Aleppo.

Na vizinha Turquia, especialistas da Otan começaram a inspecionar os locais nos quais mísseis Patriot poderiam ser instalados a pedido do governo turco, que teme que os conflitos sírios atravessem a fronteira entre os países.

 

AFP

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