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Síria acusa líder do Hamas de ingratidão e traição

14:43 | 02/10/2012
A mídia estatal da Síria moveu um violento ataque contra o líder do grupo palestino Hamas, Khaled Meshal, ao qual acusou de trair o presidente sírio Bashar Assad, ser ingrato e ignorar seu protetor em um momento difícil. Em editorial levado ao ar na noite da segunda-feira, a televisão estatal síria disse que Meshal, que retirou o quartel-general do Hamas de Damasco após mais de uma década na cidade, abandonou o movimento da resistência palestina contra Israel e os Estados Unidos. O editorial mostrou o grau de inimizade que existe atualmente entre o governo sírio e o Hamas, antes aliados comprometidos.

"Lembre-se quando você era um refugiado que vivia a bordo de aviões. Damasco lhe deu abrigo. Ninguém queria apertar a sua mão, como se você fosse um cão raivoso", disse o editorial, lembrando o ano de 1999, quando Meshal, que tem cidadania jordaniana, teve que fugir de Amã acusado de "atividades ilícitas" e buscou refúgio na Síria. Nenhum país quis dar abrigo a Meshal, com exceção da Síria.

No mês passado, Meshal fechou o escritório do Hamas em Damasco e agora passa a maior parte do tempo no Catar, país que é inimigo jurado de Assad e fornece armas e dinheiro aos insurgentes sírios.

Quando a revolta popular contra Assad estourou em março de 2011, os 500 mil palestinos que vivem na Síria como refugiados primeiro tentaram se manter à margem do conflito civil. Mas nos últimos meses, jovens palestinos tem começado a protestar e alguns até se juntaram aos rebeldes sírios que tentam derrubar Assad.

Nesta terça-feira, ativistas reportaram confrontos entre tropas do governo e insurgentes perto do campo de refugiados palestinos de Yarmouk, nos subúrbios de Damasco, bem como nos bairros de Qadam e Assaly. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, disse que pelo menos cinco pessoas foram mortas e várias ficaram feridas quando tropas do governo atiraram contra o campo de refugiados palestinos de Naziheen, perto da cidade de Deraa, no sul da Síria.

As informações são da Associated Press.

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