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Rebeldes querem isolar exército no norte, Homs sofre grande ofensiva

15:14 | 10/10/2012
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SERMINE, Síria, 10 Out 2012 (AFP) -Os rebeldes sírios procuram cortar as linhas de provisões do exército em Aleppo, enquanto as tropas do regime bombardeiam violentamente redutos rebeldes em Homs e sua província.

Ao mesmo tempo, a tensão parece alcançar seu auge entre Ancara e Damasco, após disparos sírios seguidos de respostas da Turquia. O comandante do Exército turco, general Necdet Özel, ameaçou a Síria com uma "resposta ainda mais forte".

Ainda nesta quarta-feira, a Síria rejeitou um pedido de trégua unilateral feita pelo secretário-geral da ONU Ban Ki-moon na véspera.

"Dissemos a Ban Ki-moon que envie emissários até os Estados que têm influência sobre os grupos armados par que estes deem fim à violência", afirmou em um comunicado o porta-voz do ministério sírio das Relações Exteriores, Jihad Makdissi.

Rebeldes querem isolar Exército no norte Após perder o controle de Maaret al-Noomane, o Exército enviou tanques para esta cidade situada na estrada entre Damasco e Aleppo, e que é passagem obrigatória para reforços.

As tropas ocupam parte dos 50 km de estrada entre Damasco e Maaret al-Noomane, para garantir a passagem dos tanques, segundo o centro de imprensa rebelde Sermine.

Os rebeldes tentaram impedir essa progressão, fazendo uso de foguetes e granadas. Três tanques foram atingidos, segundo a mesma fonte.

Mais ao sul, "os aviões do regime bombardearam violentamente Khan Cheikhoune para permitir que os reforços avançassem para Maaret al-Noomane", afirmou Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), relatando combates no terreno.

Khan Cheikhoune também está localizada na estrada Damasco-Aleppo, assim como Saraqeb, mais ao norte e já sob controle rebelde.

"Se os rebeldes, que já controlam Saraqeb e Maaret al-Noomane, tomarem Khan Cheikhoune, vão isolar totalmente as tropas do regime de Aleppo, porque os reforços não vão conseguir chegar", indicou Abdel Rahmane.

Sem escapatória em Homs Em Homs, apelidada de "capital da revolução", o exército disparou obuses contra cidade velha e seus arredores, onde estão entrincheirados os rebeldes, segundo o OSDH.

"Homs pode ser declarada província segura nas próximas horas ou dias, depois do avanço do Exército em todas as avenidas da cidade e de sua província", afirmou o jornal Al Watan, deixando a entender que este poderia ser a ofensiva final.

"Nós estamos completamente cercados, não há escapatória", declarou à AFP um militante que mora na região.

Na sexta-feira passada, aviões militares do regime bombardearam pela primeira vez, desde o início da revolta, a área.

No leste do país, um jornalista do canal Al-Ijbariya, emissora oficial da Síria, morreu ao ser atingido por disparos "terroristas", anunciou a direção do canal.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, 13 jornalistas e 29 cidadãos-jornalistas morreram na Síria.

Resposta ainda mais forte Em um clima de tensão extrema entre Ancara e Damasco, o comandante Ozel reiterou que se a Síria continuar com os disparos "nós responderemos de maneira ainda mais forte".

No dia 3 de outubro, cinco civis foram mortos no vilarejo de Akçakale (sudeste da Turquia), desde então, o exército turco responde a cada disparo contra seu território.

No plano político, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, planeja se instalar em uma região muito próxima da Síria controlada pela rebelião, afirmou à AFP um de seus líderes.

Na Jordânia, os Estados Unidos enviaram 150 militares para ajudar a controlar a entrada de refugiado, e que também estão prontos caso o regime perca o controle de suas armas químicas, de acordo com um oficial americano.

Segundo Ban ki-moon, o emissário internacional Lakhdar Brahimi deve viajar em breve para a Síria, onde ao menos 32.000 pessoas foram mortas em quase 19 meses de conflito, de acordo com o OSDH. Nesta quarta-feira, mais 50 pessoas morreram, segundo um balanço provisório.

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