Ministros de três países visitam jovem paquistanesa perseguida por talibãs
LONDRES, 29 Out 2012 (AFP) - O ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik, e os titulares das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, e dos Emirados Árabes Unidos, xeque Abdullah Bin Zaye, visitaram nesta segunda-feira o hospital de Birminghan, onde está internada a jovem paquistanesa ferida pelos talibãs, anunciou o Foreign Office.
Os três ministros se reuniram com o médico chefe do hospital Queen Elizabeth, David Rosser, e o pai da adolescente de 15 anos, Ziauddin Yousafzai.
"Malala é um símbolo do valor e da determinação contras forças da ideologia extremista", declarou Malik depois da visita. "O ataque contra ela também buscava ofuscar a verdadeira cara do Paquistão e desanimar os que lutam pelas liberdades humanas e a democratização de nossa sociedade".
"Deixe-me tranquilizar nossos amigos estrangeiros de que estes atos de covardia não nos dissuadirão, e toda a nação paquistanesa apoia Malala e sua causa", acrescentou, prometendo fazer todo o possível para "contra-atacar as forças obscurantistas e colocar o Paquistão no caminho da paz e da moderação".
"A rápida e plena recuperação de Malala é nossa absoluta prioridade", declarou, por sua parte, William Hague. "Também estamos decididos a fazer tudo que pudermos para promover a educação das mulheres e meninas no Paquistão", acrescentou.
O governo paquistanês assumiu os custos do tratamento de Malala, que continua melhorando, segundo o último boletim do hospital.
Há alguns dias, ela conseguiu ficar de pé com a ajuda da equipe médica pela primeira vez desde o atentado. Também está se comunicando com algumas notas por escrito, segundo o médico encarregado de seu tratamento.
Malala Yousufzai é a mais jovem defensora dos direitos das mulheres à educação.
Ela é conhecida no exterior por seu blog, hospedado no site da BBC, no qual denuncia os atos de violência cometidos pelos talibãs no Vale de Swat, onde chegaram a tomar o poder entre 2007 a 2009.
No ano passado, a adolescente recebeu o primeiro Prêmio Nacional da Paz criado pelo governo paquistanês e foi indicada ao prêmio internacional de Crianças para a Paz da fundação Kids Rights.
Malala foi ferida por tiros no dia 9 de outubro, em Mingora, a principal cidade do Vale de Swat (noroeste do Paquistão) por homens armados que pararam o ônibus escolar em que ela estava.
O Talibã reivindicou a autoria do atentado contra Malala, mas tentou se justificar pelo ato condenado de forma unânime pelos Estados Unidos, França, organizações dos direitos Humanos, governo e imprensa paquistaneses.
"Malala foi alvo por seu papel pioneiro na defesa da laicidade e da chamada moderação", escreveu em um e-mail enviado à AFP um porta-voz talibã.