Itália: preso político acusado de comprar votos da máfia
Uma explosão de escândalos de corrupção, nas últimas semanas, atingiu polÃticos italianos em vários governos e nÃveis, em várias regiões do paÃs, inclusive no mais desenvolvido norte, levando a projeções de que os italianos simplesmente ficarão em casa ao invés de votarem nas próximas eleições gerais de 2013, tamanho é o descrédito dos polÃticos.
O capitão da polÃcia paramilitar italiana, Paolo Saliani, disse que Zambetti foi acusado de corrupção, associação mafiosa e compra de votos nas eleições regionais lombardas de 2010. Em troca da entrega dos votos, além dos Â? 200 mil, a 'Ndrangheta também esperava favores futuros do polÃtico na administração regional. Ao pagar o dinheiro, Zambetti comprou o equivalente a quatro mil votos (Â? 50 por voto) na região lombarda. O governador da região da Lombardia, Roberto Formigoni, disse que as acusações são "gravÃssimas". Segundo ele, Zambetti já foi afastado do cargo.
O prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, pediu a demissão do governador Formigoni. "Depois desse fato, não é mais possÃvel continuar assim", disse Pisapia. Formigoni, um ex-democrata-cristão que se aliou ao ex-primeiro-ministro e magnata Silvio Berlusconi, governa a Lombardia desde 1995, tendo vencido três reeleições para governador.
Matérias dos jornais regionais da Lombardia afirmam que Zambetti é o quinto polÃtico e funcionário público preso e investigado nos últimos meses.
Na terça-feira, o governo central de Roma destituiu o prefeito e todos os 20 vereadores de Reggio Calábria, capital da provÃncia de mesmo nome, após um vereador ter sido preso acusado de associação à 'Ndrangheta. Reggio Calábria, com 180 mil habitantes e terceira maior cidade do sul da Itália após Nápoles e Bari, ficará sob intervenção durante 18 meses.
Mas os escândalos não se confinam a Reggio Calábria e a Milão, metrópole com 1,5 milhão de habitantes. No mês passado, a governadora da região do Lácio, Renata Polverini, lÃder regional do partido Povo da Liberdade (PDL, na sigla em italiano), de Berlusconi, foi forçada a renunciar após polÃticos serem acusados de usar dinheiro público para pagar festas privadas. Berlusconi, de 76 anos, descartou disputar o cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições.
As informações são da Associated Press e da Ansa.