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Fervor chavista toma conta do Palácio presidencial de Miraflores

Depois do fechamento dos colégios eleitorais, as ruas do centro da capital foram se enchendo de chavistas que com grande alvoroço

17:37 | 08/10/2012
CARACAS, 8 Out 2012 (AFP) -Uma euforia frenética tomou conta dos arredores do Palácio presidencial de Miraflores, no centro histórico de Caracas, segundos depois de divulgada a notícia de que Hugo Chávez continuará governando a Venezuela.

"A revolução já é imparável", gritava emocionada à AFP María Bermúdez, uma educadora do estado Guárico (norte da Venezuela), apoiando-se na varanda de Puente Llaguno, na avenida de Miraflores, a poucas quadras do palácio presidencial.

Depois do fechamento dos colégios eleitorais, as ruas do centro da capital foram se enchendo de chavistas que, com grande alvoroço, cornetas e música, queriam acompanhar Chávez na lenta espera até a divulgação dos resultados.

Houve várias horas de música, baile e fogos de artifício, até que os simpatizantes do presidente, que governa a Venezuela desde 1999 com foco nos mais desfavorecidos, se reuniram ao redor de vários carros para ouvir pelo rádio a voz da presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, anunciando os resultados.

"O candidato Hugo Rafael Chávez Frías, com 54,42% dos votos...", começou a dizer Lucena até sua voz ser abafada pelos gritos de alegria dos presentes, a grande maioria deles vestidos de vermelho, a cor do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), que começaram a gritar, pular e chorar entre abraços formando uma onda de fervor que foi se propagando por todas as ruas.

"Chávez nunca perdeu meu voto para continuar com a revolução. Eu venho aqui, porque faz parte desta luta", gritava Bermúdez apontando a ponte, que entrou para a história recente venezuelana depois de que várias pessoas morreram em 2002 durante o golpe de Estado que tirou Chávez brevemente do poder.

Enquanto isso, milhares de simpatizantes ensandecidos, com bandeiras venezuelanas nas mãos, a pé, em moto, ou em caminhões, foram se aproximando de Miraflores, para esperar - como é tradicional- o presidente sair ao Balcón del Pueblo para pronunciar as palavras de vitória pelo novo mandato, o terceiro de seis anos.

Vestido de vermelho, rodeado de ministros e familiares, Chávez saiu e, entre uma grande euforia de um povo rendido a seus pés, cantou o hino venezuelano, e com a voz afônica pronunciou um apaixonado discurso em que se comprometeu a aprofundar a revolução e dedicou algumas palavras para o candidato opositor, Henrique Capriles Radonski, que, um pouco antes, havia aceitado a derrota.

"À oposição, estendo as duas mãos, porque somos irmãos na pátria de Bolívar", disse entre gritos de "Chávez não se vai!".

Minutos depois, o presidente tirou uma espada do libertador Simón Bolívar, "a espada libertadora de América, a espada dos povos", disse, provocando a surpresa dos presentes.

Depois do discurso, a multidão começou a se dispersar. "Imagine uma América sem Chávez. Isso é impossível, seria um efeito dominó", gritou uma mulher em uma moto, desaparecendo entre o barulho de outras motocicletas abrindo caminho entre a multidão, uma imagem muito típica das concentrações chavistas.

Caminhando de mãos dadas com seu filho, Alfredo Salcedo, funcionário público de 32 anos, se perguntava: "Como não lhe agradecer, como não estar com a revolução?", disse à AFP. "O presidente deu muitas oportunidades às pessoas. Continuarei com o presidente enquanto Deus lhe der vida e saúde", disse sobre o presidente, que se diz curado de um câncer.

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