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Enviado especial da ONU vai à Síria tentar acordo para cessar-fogo

13:46 | 20/10/2012
Lakhdar Brahimi apela junto ao governo e aos rebeldes para uma trégua nos ataques durante quatro dias de celebração muçulmana. Confrontos violentos seguem intensos em várias partes do país. O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, apelou para um cessar fogo entre tropas do governo e rebeldes durante um encontro, neste sábado (20/10), com o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mualem. Brahimi propõe uma trégua durante os quatro dias da celebração muçulmana do Eid ul Adha , a Festa do Sacrifício, que começa na próxima sexta-feira (26/10). "Os dois lados discutiram condições objetivas e realistas de cessar a violência, a fim de preparar um diálogo entre os sírios, o que é visto pelo governo da Síria como a única maneira de sair da atual situação", informou a agência estatal síria de notícias Sana. Brahimi, que chegou em Damasco nesta sexta-feira, também conversará com líderes da oposição em território sírio. Ele deve se encontrar com o presidente Bashar al Assad, mas ainda não há data agendada para este encontro. O governo ainda não deu resposta se aceita a proposta do enviado especial, dando a entender que quer garantias de que os rebeldes também vão concordar com o cessar-fogo. A oposição tem falado em apoiar a proposta do enviado especial, mas diz duvidar que o governo irá respeitá-lo. "Assad e seus oficiais têm uma habilidade de se esquivar diante dessas iniciativas", disse Naji Tayara, membro do Conselho Nacional da Síria, da oposição. Apelo internacional Em um comunicado conjunto, o secretário-geral das ONU, Ban Ki-moon, e o chefe da Liga Árabe, Nabil al Arabi, afirmaram que "quanto mais tempo a violência continuar, mais difícil será encontrar uma solução política e reconstruir a Síria". Os confrontos na Síria já duram 19 meses. Ativistas calculam que cerca de 30 mil pessoas morreram nos conflitos. O ministro turco do Exterior, Ahmed Davutoglu, tem pedido para que ambas as partes atendam à trégua de três ou quatro dias, assim como os Estados Unidos. O governo iraniano, um dos maiores aliados de Assad, também tem apoiado o cessar-fogo, mas enxerga que a maior dificuldade na Síria atualmente é a interferência estrangeira. Uma tentativa anterior de cessar-fogo, em abril deste ano, não obteve êxito, com cada parte culpando a outra pelo fracasso. O então mediado Kofi Annan renunciou ao cargo meses depois. Violência continua Ativistas afirmam que pelo menos 60 pessoas morreram apenas neste sábado. Aviões de guerra realizaram ataques sobre áreas ocupadas pelos rebeldes nas regiões central e no norte da Síria, incluindo os arredores de Damasco. O Observatório de Direitos Humanos na Síria informou que uma série de intensos confrontos ocorreram na principal estrada que liga Damasco a Aleppo. A cidade de Maarat al Numan ao longo da autoestrada e outros vilarejos no arredores em Idlib foram atingidas. MSB/dpa/rtr

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