PUBLICIDADE
Notícias

Em reunião com Assad, Brahimi apela por cessar-fogo na Síria

10:30 | 21/10/2012
Presidente sírio diz apenas ser favorável a uma solução pacífica para os conflitos e pede que países parem de repassar armas aos "terroristas". Explosão de bomba em centro histórico de Damasco deixa pelo menos 13 mortos. Um carro-bomba explodiu neste domingo (21/10) próximo a um departamento de polícia no distrito de Bab Touma, centro histórico de Damasco. A explosão teria deixado pelo menos 13 mortos e 15 feridos, segundo o Observatório de Direitos Humanos na Síria. Este foi o primeiro ataque no bairro cristão desde o início dos conflitos na Síria, iniciados em março do ano passado e que já deixaram cerca de 34 mil mortos em todo o país. A explosão aconteceu simultaneamente ao encontro do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, com o presidente sírio, Bashar al Assad. Brahimi apelou para que o governo atenda ao pedido de cessar-fogo durante os dias da celebração muçulmana Eid al Adha (Festa do Sacrifício) a partir da próxima sexta-feira. "Eu apelo a todos para que tomem uma decisão unilateral de cessar com as hostilidades durante os dias do Eid al Adha e que esta trégua seja respeitada a partir de hoje ou amanhã", disse Brahim, em sua segunda missão na Síria desde que assumiu o cargo, em setembro passado. "Este é um chamado para todos os sírios, nas ruas, nos vilarejos, os que lutam no Exército e seus opositores." "Partes favoráveis" O representante da ONU afirmou ter entrado em contato com líderes políticos da oposição dentro e fora da Síria, além de grupo armados no país. Segundo Brahimi, eles teriam se mostrado "bastante favoráveis" à ideia de trégua. "Eles disseram que responderiam positivamente à iniciativa do governo". Durante o encontro, Assad afirmou "estar aberto a todos os esforços sinceros para encontrar uma solução pacífica para a crise", segundo informou a agência estatal de notícias Sana. Para o presidente sírio, todas as propostas precisam estar centradas "no princípio de parar o terrorismo e obter o compromisso dos países envolvidos no suporte, armamento e alojamento dos terroristas na Síria a parar com essas ações". O regime Assad tem acusado a Turquia, a Arábia Saudita e o Qatar de apoiar insurgências armadas. Durante um encontro com o ministro sírio do Exterior, Walid Muallem no sábado, Brahimi pediu pelo fim da violência "a fim de preparar a Síria para um diálogo global, livre de qualquer intervenção estrangeira". Antes de chegar à Síria, o mediador internacional esteve em vários países afetados com a guerra civil na Síria, como Turquia, Líbano e Irã. Disseminação dos conflitos Na região, é grande o temor de que os conflitos na Síria acabem se espalhando. Na sexta-feira, a explosão de um carro-bomba em Beirute matou o general Wissan al Hassan, alto funcionário do serviço libanês de inteligência, ligado ao movimento contrário ao regime de Assad. O governo sírio é o principal suspeito da morte do oficial, embora o governo tenha condenado os ataques. O Líbano esteve sob dominação síria durante 30 anos, até 2005. Com o início dos confrontos na Síria, a divisão entre apoiadores e opositores do governo em Damasco tornou-se ainda mais forte. MSB/afp/rtr/dapd

TAGS