Colômbia: políticos descartam vazio de poder
Ontem à noite, Juan Manuel Santos, de 61 anos, anunciou em entrevista coletiva que médicos haviam detectado um tumor maligno na próstata. Segundo ele, o câncer não é considerado agressivo pelos médicos e não será necessário afastar-se de suas funções. Santos será operado na manhã da quarta-feira no hospital da Fundação Santa Fé de Bogotá. O presidente disse, ao citar os seus médicos, que as chances de cura são de 97%.
O médico Sebastián Quintero, da Liga Colombiana contra o Câncer, explicou que a operação de Santos deverá durar entre uma hora e duas horas e que, sob condições normais, o presidente estará recuperado em 15 dias.
A Constituição da Colômbia estabelece que "na falta temporária do presidente, basta que o vice-presidente tome posse do cargo na primeira oportunidade, para que o exerça quantas vezes for necessário". A questão é que o vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, de 66 anos, ainda não se recuperou totalmente de um derrame cerebral que sofreu em meados de 2012.
O senador Roy Barreras, do partido governista, disse que "não existe nenhuma possibilidade de vazio constitucional na Colômbia". Mas o deputado opositor Jorge Enrique Robledo lamentou que tanto o presidente quanto o vice-presidente estejam doentes. Robledo acredita que a cirurgia e a recuperação de Santos ocorrerão em tempo breve.
A doença atinge Santos no momento em que o presidente colombiano abriu negociações de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Na segunda-feira, as Farc anunciaram que as negociações iniciais ocorrerão em 15 de outubro em Oslo, na Noruega.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.