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Polícia iemenita mata manifestantes em protesto contra filme ofensivo ao Islã

Foram registrados protestos ainda em Egito, Irã, Iraque, Gaza e Líbano, pouco mais de um dia depois da morte de quatro americanos

17:59 | 13/09/2012

SANAA, 13 Set 2012 (AFP) - Quatro pessoas morreram nesta quinta-feira, 13, durante confrontos entre a polícia e manifestantes que protestavam próximo à embaixada dos Estados Unidos em Sanaa contra um filme americano que denigre o Islã, e que suscitou manifestações em mais países muçulmanos.

Foram registrados protestos ainda em Egito, Irã, Iraque, Gaza e Líbano, pouco mais de um dia depois da morte de quatro americanos, entre eles o embaixador na Líbia, durante um ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi (nordeste) praticado por um grupo que protestava contra o filme.

O longa-metragem, intitulado "A Inocência dos Muçulmanos", faz referência à vida de Maomé, abordando temas como a homossexualidade e a pedofilia, além de apresentar os muçulmanos como imorais e gratuitamente violentos.

No Iêmen, jovens revoltados entraram de manhã no prédio da embaixada americana em Sanaa, mas depois foram expulsos pela polícia, constatou um correspondente da AFP.

Os confrontos continuaram até a noite, deixando no total 4 mortos e 34 feridos, indicou uma autoridade dos serviços de segurança.

A Casa Branca anunciou que está fazendo o máximo para proteger seus diplomatas no Iêmen, e assegurou que os funcionários da embaixada estão sãos e salvos.

A União Europeia pediu a Sanaa que proteja os diplomatas europeus.

O presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, pediu "desculpas ao presidente americano, Barack Obama, e ao povo americano", e prometeu punir os culpados.

 

 

Condenações ao filme e à violência

No Cairo, houve confrontos esporádicos durante todo o dia nos arredores da embaixada dos Estados Unidos entre manifestantes e a polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo. Segundo o Ministério da Saúde, 200 pessoas ficaram feridas nos incidentes, que começaram à noite.

O presidente egípcio, o islamita Mohamed Mursi, condenou "qualquer agressão ou insulto ao profeta", mas pediu que as pessoas não ataquem as embaixadas.

"É nosso dever proteger nossos hóspedes e aqueles que vêm do exterior", considerou.
A influente Irmandade Muçulmana, da qual Mursi faz parte, convocou um protesto para sexta-feira.

No Kuwait, cerca de 500 manifestantes se reuniram perto da embaixada de Washington, agitando bandeiras pretas da rede Al-Qaeda.

Em Teerã, outras 500 pessoas participaram de uma manifestação contra o polêmico filme nesta quinta próximo à embaixada da Suíça, que representa os interesses dos Estados Unidos no Irã. Os manifestantes exibiam Alcorões e gritavam "Morte aos Estados Unidos" e "Morte a Israel".

Mais de 200 policiais e bombeiros impediram que os manifestantes se aproximassem da embaixada. Os funcionários tinham sido retirados por precaução.

O Guia Supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, aproveitou para pedir aos Estados Unidos que "castiguem" os autores do longa-metragem.

A Arábia Saudita "condenou as reações violentas contra os interesses americanos em vários países", e também criticou "a produção por parte de um grupo de irresponsáveis nos Estados Unidos de um filme que insulta o profeta Maomé".

Em uma tentativa de apaziguar a situação, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, condenou o vídeo chamando-o de "repugnante e condenável", já que "parece ter um planejamento profundamente cínico, para denegrir uma grande religião e provocar revolta".

"Mas como disse ontem (quarta-feira), não há justificativa, nenhuma em absoluto, para reagir a esse vídeo com violência", acrescentou.

 


Segurança reforçada na Ásia

No Iraque, milhares de simpatizantes do líder xiita Moqtada al-Sadr protestaram nesta quinta-feira na cidade de Najaf (sul), em Bagdá e em Kirkuk (norte). Os manifestantes, acompanhados pelas forças de segurança, gritaram palavras de ordem hostis aos Estados Unidos e a Israel.

Cerca de 200 pessoas participaram de manifestações nas cidades libanesas de Trípoli (norte) e Sidón (sul), e algumas queimaram bandeiras dos Estados Unidos.

Na Faixa de Gaza, centenas de palestinos protestaram nesta quinta-feira pelo segundo dia consecutivo contra o filme.

O presidente afegão, Hamid Karzai, adiou nesta quinta uma visita à Noruega, porque teme distúrbios. Seu governo decidiu também bloquear o acesso ao site de vídeos Youtube, para impedir que as pessoas assistissem ao filme.

Na mesma linha, o Paquistão decidiu bloquear o acesso a esse vídeo em particular, mas não ao site.

A Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo, pediu ao Youtube o bloqueio da divulgação do filme.

A Índia colocou em alerta suas forças mobilizadas nas imediações de interesses americanos.

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