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França fecha embaixadas após revista publicar desenhos ridicularizando Maomé

08:45 | 19/09/2012
Em meio à violência em diversos países muçulmanos por causa de um filme que ofende Maomé, revista satírica francesa publica desenhos que mostram o profeta nu. França tem maior comunidade muçulmana da Europa.

A revista semanal de humor francesa Charlie Hebdo publicou desenhos do profeta Maomé nu na sua edição que chegou às bancas nesta quarta-feira (19/09), uma decisão que gerou críticas de autoridades francesas, que enviaram uma tropa policial à sede da publicação para proteger o lugar.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, reagiu imediatamente, declarando que desaprova "todo o excesso" e pedindo responsabilidade. Ele lembrou, porém, que o país tem uma tradição de liberdade de imprensa e disse que aqueles que se sentirem ofendidos poderão levar a questão aos tribunais.

Já o ministro do Exterior, Laurent Fabius, considerou os desenhos uma provocação e ordenou o fechamento de embaixadas, centros culturais e escolas francesas em cerca de 20 países por causa do temor de uma reação violenta aos desenhos da revista.

A capa da revista traz o desenho de um judeu ortodoxo empurrando um personagem de turbante que está numa cadeira de rodas. No interior da revista há diversos desenhos de Maomé. Em alguns, o profeta aparece nu. A capa é uma referência ao filme Intocáveis, no qual um multimilionário é auxiliado por um enfermeiro negro. O filme é muito popular na França. O editor da revista, o cartunista Charb [foto principal], disse que as imagens "vão chocar aqueles que querem ser chocados".

A sede da Charlie Hebdo em Paris foi alvo de um ataque a bomba em novembro de 2011, depois de a revista publicar uma caricatura de Maomé. Em 2005, charges semelhantes veiculadas na Dinamarca levaram a uma onda de violentos protestos em países muçulmanos, causando a morte de ao menos 50 pessoas.

Enquanto isso, líderes muçulmanos na França país que tem o maior número de fiéis da religião na Europa apelaram à calma. O presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Mohammed Mussai, disse ter recebido a notícia da publicação dos desenhos com "grande consternação".

RO/rtr/afp/lusa
Revisão: Alexandre Schossler

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