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Equador pode levar caso Assange a Haia, diz Garzón

14:40 | 05/09/2012
O Equador pode estar pronto a levar o caso do australiano Julian Assange à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, se o Reino Unido e a Suécia não chegarem a um acordo para proteger o fundador do WikiLeaks de uma possível extradição aos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que assumiu a defesa do editor do website.

"Meu entendimento é que essa medida (levar o caso à CIJ) apenas ocorreria se não houver acordo entre as partes envolvidas", disse Garzón na capital espanhola. Garzón afirmou que sua maior preocupação, compartilhada pelo governo equatoriano, é que Assange seja enviado aos EUA sob acusações de espionagem ou de traição, relacionadas às atividades do WikiLeaks. A CIJ, tribunal das Nações Unidas, julga litígios e disputas entre países.

Assange é procurado pela justiça da Suécia sob acusações de estupro feitas por duas mulheres. A violência sexual teria ocorrido quando ele visitou Estocolmo em 2010. Assange, além de negar as acusações, acredita que o governo dos EUA poderá processá-lo porque o WikiLeaks publicou centenas de milhares de documentos diplomáticos e secretos do Departamento de Estado a partir de 2010.

As declarações de Garzón indicam que o caso Assange poderá virar um dor de cabeça ainda maior para o governo britânico, após meses de apelações diplomáticas e jurídicas. Assange, que estava sob prisão domiciliar no interior da Inglaterra, se refugiou na Embaixada do Equador em Londres em junho e pediu asilo político, concedido em agosto pelo governo equatoriano. Mas as autoridades britânicas não deram um salvo-conduto para ele deixar a embaixada e o australiano pode ser preso se sair do prédio.

Garzón disse que como alternativa a uma promessa de não extradição aos EUA, o Equador e a equipe de advogados de defesa do editor, chefiada por ele, oferecem ao governo britânico que deixe Assange partir livremente ao Equador. Se uma promessa de não extradição aos EUA for feita, tanto pelo governo britânico quanto pelo sueco, Assange estaria pronto para viajar a Estocolmo "no dia seguinte", disse Garzón.

As informações são da Dow Jones.

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