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Enviado da ONU à Síria diz não ter plano para solucionar crise

07:13 | 25/09/2012
Em seu primeiro relato ao Conselho de Segurança desde que assumiu o posto de mediador da ONU e da Liga Árabe, no início de setembro, Lakhdar Brahimi afirma que a situação na Síria é extremamente grave e está piorando.

O mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, apresentou um relato sombrio da guerra civil naquele país durante uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta segunda-feira (24/09). O diplomata argelino afirmou que ainda não tem um plano para encerrar o conflito.

Ele acrescentou que não há qualquer expectativa de avançar na resolução do conflito. "A situação está muito difícil e chegamos a um impasse", declarou o mediador ao Conselho de Segurança na véspera da Assembleia Geral, que reunirá líderes de todo o mundo em Nova York a partir desta terça.

Brahimi assumiu o posto de enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria no início de setembro, sucedendo o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que fracassou com seu plano de cessar-fogo e tentativa de diálogo entre governo e oposição sírias.

Oposição da Rússia e da China

Países árabes e ocidentais já apresentaram três projetos de resoluções para elevar a pressão sobre o regime do presidente Bashar al-Assad, mas todos foram vetados por China e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança e, portanto, com direito a veto.

Os governos chinês e russo alegam que a Europa e os Estados Unidos estão buscando um pretexto para intervir militarmente na Síria, nos moldes do que aconteceu na Líbia em 2011.

A violência na Síria, que se prolonga há 18 meses, já levou 1,5 milhão de pessoas a deixar suas casas, e o país enfrenta escassez de alimentos por causa das plantações destruídas pela guerra, afirmou Brahimi, que é emissário da ONU e da Liga Árabe.

O ex-ministro do Exterior argelino disse também ao Conselho de Segurança que a tortura de presos se tornou uma rotina estima-se que mais de 30 mil pessoas tenham sido presas; cerca de mil teria morrido em decorrência de torturas mais severas. "Milhões de vidas foram despedaçadas", disse Brahimi.

RO/afp/dpa/rtr/dw
Revisão: Alexandre Schossler

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