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Confrontos na Síria deixam 1,6 mil mortos em apenas uma semana

12:38 | 02/09/2012
Atentados no fim de semana mataram ao menos 15 pessoas em Damasco e atingiram área próxima a prédios de serviços de segurança. Novo mediador para Síria, Lakhdar Brahimi, mostra pouco otimismo quanto a fim do conflito. Um duplo atentado a bomba atingiu neste domingo (02/09) o centro de Damasco, ferindo quatro pessoas em área próxima aos edifícios dos serviços de segurança do governo, segundo a mídia estatal síria. Na madrugada anterior, pelo menos 15 pessoas morreram em um ataque realizado nos arredores da capital. Enquanto isso, o novo mediador internacional para a Síria, o argelino Lakhdar Brahimi, tentou diminuir as expectativas quanto a suas possibilidades de êxito na solução do conflito. Os atentados de domingo ocorreram perto dos quartéis-generais do Exército e da Força Aérea, em Abu Remmaneh, um bairro de elite no coração de Damasco e que abriga várias embaixadas. A brigada Ahfad al-Rasul (netos do Profeta) do Exército Livre Sírio reivindicou a responsabilidade pelo ataque em um comunicado no Facebook. A mídia estatal informou ainda que uma explosão de um carro bomba perto de uma mesquita na periferia sul da capital matou 15 pessoas na madrugada de sábado para domingo. Sbeneh é um bairro pobre, onde é forte o sentimento contra o governo. A bomba teria sido depositada em um caminhão, segundo a agência estatal de notícias Sana, sendo detonada próxima a um campo de refugiados palestinos. A explosão foi atribuída pela agência a "grupos terroristas armados", expressão frequentemente usada pelo governo para se referir aos rebeldes. "Solução está nas mãos dos envolvidos" Segundo números da ONU, em apenas uma semana 1.600 pessoas foram mortas, maior número de baixas até agora neste período de tempo. O novo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou que não quer despertar falsas esperanças. "As partes envolvidas no conflito têm opiniões muito fortes", afirmou o diplomata argelino, numa entrevista ao canal de notícias Al-Jazeera. "Conversarei com todos os lados", anunciou, acrescentando que a saída para a crise síria está nas mãos dos próprios envolvidos. Ele disse também que não está sendo considerado um envio de tropas árabes. "Uma intervenção militar na Síria significa o fracasso dos esforços diplomáticos", ressaltou. Brahimi assumiu no sábado o posto de enviado especial à Síria das Nações Unidas e da Liga Árabe, sucedendo o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que fracassou com seu plano de cessar-fogo e tentativa de diálogo entre governo e oposição sírias. Rebeldes miram bases aéreas Rebeldes sírios aparentemente se concentram em tentar reduzir o potencial aéreo do governo. Eles atacaram neste fim de semana instalações da Força Aérea síria, segundo informações da oposição. Em Deir al-Zor, no leste do país, um prédio da Força Aérea foi ocupado. Pelo menos 16 soldados foram presos e diversas munições antiaéreas, apreendidas, conforme informações do Observatório Sírio de Direitos Humanos. Há poucos dias, os insurgentes atacaram a base aérea de Taftanas e afirmaram terem conseguido danificar vários helicópteros. Refugiados As tropas leais ao presidente Bashar al Assad usam cada vez mais seu poder aéreo contra as regiões controladas pelos rebeldes. Os ataques governistas às cidades de Asas e Anadan, no norte do país, levou muitos civis a fugirem para a Turquia. Estimativas dão conta de que até 300 mil sírios já deixaram o país. De acordo com o jornal Bild am Sonntag, desde o início do conflito 4.659 sírios solicitaram asilo político na Alemanha. Embora apenas cerca de 100 sírios tenham sido reconhecidos como exilados políticos, os outros candidatos não são ameaçados de deportação, segundo o diário. As Nações Unidas calculam que, em um ano e meio de conflito, cerca de 20 mil pessoas foram mortas. Grupos de oposição afirmam que esse número é ainda maior. MD/rtr/afp/dpa Revisão: Mariana Santos

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